De acordo com o CEO da Flapper, Paul Malicki, o custo para manter um jato em operação no Brasil é de R$ 150 mil por mês. O gestor participou do programa Oeste Negócios na última segunda–feira, 29, e falou sobre o mercado brasileiro de aviação executiva.


“O Brasil deve ser um dos mercados mais caros do mundo para aviação executiva”, afirmou o CEO da Flapper. “Os Estados Unidos são uma meca. É um mercado perfeito para aviação executiva. O custo mínimo para manter um jatinho [no Brasil], por mês, é de R$ 150 mil. Este é o mínimo.”
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A Flapper é uma empresa com foco na economia compartilhada, sobretudo na gestão e compartilhamento de jatos e helicópteros. Por meio do aplicativo, é possível alugar aeronaves para diversos destinos e por diferentes preços. Tudo vai depender do modelo desejado, da quantidade de passageiros e do destino final da viagem.
“Juntamos todos os operadores de táxi aéreo, criamos uma solução única, inicialmente, de alugar aeronaves, mas também de compartilhar assentos”, explicou o executivo. “Quando o mercado está indo mal, começa a surgir uma ideia muito inovadora. Vamos começar a compartilhar. A economia compartilhada já está presente em carro por aplicativo, comida… Por que não compartilhar uma aeronave?”
Malicki explicou que existe uma tendência em compartilhar ativos de luxo, até mesmo para aliviar os custos operacionais. Para o empresário que é dono de um jato, alugar a aeronave tende a ser uma alternativa mais assertiva do que deixá-la parada.
Conheça a aviação executiva brasileira
O Brasil é referência mundial no mercado de aviação executiva. De acordo com um levantamento da Airbus Corporate Jets, a frota brasileira de jatos é a maior da América Latina e do Caribe, com mil aeronaves. No ranking global, os Estados Unidos lideram com 15,4 mil — com o Brasil logo em segundo.
Além disso, o estudo revelou que a idade média de um jato brasileiro é de 18,4 anos. No âmbito da América Latina e do Caribe, a média é de 24,5 anos.
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No que diz respeito à infraestrutura, a inauguração do São Paulo Catarina Aeroporto Executivo Internacional, na cidade de São Roque (SP), reflete o crescimento da aviação executiva brasileira. Construído pela empreiteira de luxo JHSF, o espaço tem 2,4 quilômetros de pista de pouso, 36 mil metros quadrados de hangares e está a apenas 35 minutos da cidade de São Paulo.
Em Cuiabá, no coração do agronegócio brasileiro, o Grupo Bom Futuro investiu R$ 100 milhões e inaugurou um terminal exclusivamente dedicado à aviação executiva. A empresa administra o próprio aeroporto desde 2011 e atende uma média de 6 mil voos por ano.
Em Goiás, a cidade de Aparecida de Goiânia se prepara para receber um aeroporto executivo com dezenas de hangares. O Antares Polo Aeronáutico também promete um terminal de embarque e desembarque, além de uma pista com quase 2 quilômetros de comprimento.


Em Minas Gerais, um aeroporto executivo deve chegar à cidade de Sete Lagoas. O espaço com dois hangares, salas vip e uma pista de 1,8 quilômetros ainda está em estágio inicial.
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