Carolina Pimenta sempre teve o campo como referência, mas construiu sua trajetória profissional bem longe dali. Formada em farmácia, trabalhava em São Paulo, onde vivia com o marido e os filhos. A rotina era estável e estruturada, até que a pandemia de 2020 trouxe reflexões sobre futuro e propósito. Em 2021, veio a decisão que mudaria tudo: deixar a capital para iniciar uma nova vida no interior.
“No começo foi desafiador, são dois mundos muito diferentes. Mas eu não queria passar o resto da vida fechada em salas de reunião”, conta Carolina. Durante os meses de isolamento, a fazenda da família se tornou refúgio. E logo virou também palco de um recomeço. “A vida tem mais a oferecer, e eu fui sortuda de ter essa chance”, completa.
Avicultura como escolha e oportunidade
Com apoio do marido, dos pais e de dois funcionários contratados por meio das redes sociais, ela ergueu dois aviários com capacidade para 80 mil aves. A parceria com a integradora foi fundamental para suprir a falta de experiência, oferecendo suporte técnico e treinamentos. “Sozinha, não teria conseguido. Mas com uma equipe comprometida, tudo ganhou forma”, afirma.
Além da avicultura, a Fazenda São Lucas mantém outras atividades. Há cana-de-açúcar, uma pequena produção de leite artesanal, horta, pomar e até um vinhedo em desenvolvimento.
Toda a energia elétrica dos galpões é gerada por uma mini usina fotovoltaica, reforçando o cuidado com a sustentabilidade.
Gestão, liderança e primeiros resultados

Mesmo sem atuar diretamente no manejo diário, Carolina faz questão de entender os processos. “Se não conhecemos minimamente a operação, não conseguimos resolver os problemas”, explica. Para ela, gerir uma granja vai muito além de cuidar das aves: envolve finanças, pessoas e processos — algo que já praticava no setor farmacêutico.
O esforço deu resultado. Em pouco tempo, a granja foi premiada entre as melhores do ano na categoria macho e fêmea. “O mérito é coletivo. Os colaboradores são muito comprometidos e fazem tudo com dedicação”, reconhece.
Mais do que negócios, a avicultura trouxe um aprendizado pessoal. “Ela me ensinou a ter esperança e a não ter medo de recomeçar”, reflete. Para outras mulheres que sonham em liderar no campo, deixa um recado: “Assuma seus sonhos, mesmo sem saber tudo no início. Peça ajuda e siga em frente. Lugar de mulher é onde ela quiser — inclusive na granja.”
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