O governo federal determinou o bloqueio de senhas e restringiu o acesso ao Sistema Único de Informações de Benefícios (Suibe) a apenas seis servidores. O portal Metrópoles divulgou as informações nesta quarta-feira, 18.
A medida veio depois de descobrir que cerca de 3 mil funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tinham autorização para consultar dados pessoais de aposentados e pensionistas. Essa facilidade pode ter permitido o vazamento de informações para sindicatos e instituições financeiras.
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O Suibe concentra dados como nome, CPF, telefone e valor dos benefícios pagos pelo INSS. O sistema também registra o tipo de pagamento — aposentadoria, pensão, salário-maternidade ou benefício assistencial.
A exposição dessas informações ajudou a alimentar um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. A descoberta do esquema, que ficou conhecido como Farra do INSS, causou surpresa no primeiro momento, segundo fontes do governo.


Em seguida, veio a decisão de cortar o acesso amplo e iniciar as apurações. Reportagens do Metrópoles revelaram o caso. Os descontos ilegais eram aplicados diretamente no benefício de aposentados.
Sindicatos e entidades forneciam as listas e indicavam os nomes como se tivessem autorização dos segurados. O INSS aplicava diretamente os abatimentos.
INSS no centro de crise que derrubou ministro e cúpula do órgão
O escândalo resultou na demissão de Carlos Lupi do comando do Ministério da Previdência e da cúpula do INSS. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que as fraudes começaram no governo anterior, de Jair Bolsonaro. Ele argumenta que a atual gestão descobriu o esquema.
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Lula também disse que o governo petista agiu para desmontá-lo. Até agora, no entanto, os envolvidos identificados nas investigações não ocupavam cargos na administração passada.