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Dalai Lama anuncia sucessor fora da China — no ‘mundo livre’

Tenzin Gyatso completa 90 anos neste domingo, 6. Alguns meses atrás, houve outro aniversário: o do exílio. Há 66 anos, num mês de março, esse monge teve de deixar o país natal, enquanto o Partido Comunista Chinês se impunha sobre o lugar. A terra é o Tibete. Ele é o 14º Dalai Lama. Na celebração da idade nova, ele revelou: o sucessor, pela primeira vez, não será tibetano — “vou reencarnar no mundo livre”, disse.

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O título designa o maior líder espiritual do budismo tibetano. Antes de a China tomar o país, Gyatso também era chefe de Estado, cargo conjugado à posição que ocupa na religião. De acordo com a tradição, há séculos ele reencarna.

Dalai Lama de corpo e alma

Assim como todos os antecessores, Gyatso é considerado uma das reencarnações de Gendun Drup — o primeiro Dalai Lama. O título nasceu com ele em 1391. Desde então, o líder espiritual nascia e morria no território tibetano. Mas a ditadura comunista impôs a mudança. Quando o monge tinha apenas 15 anos, Pequim decidiu tomar o Tibete, país literalmente 500 vezes menor que a China — ao menos em população.

Eram 550 milhões de chineses contra 1 milhão de tibetanos. Por si só, a desproporção tornava inviável qualquer resistência. Contudo, ainda havia um agravante: os súditos do monge são de tradição pacifista. E os comunistas nasceram na guerra.

Governo sem paz

Por quase uma década, Gyatso viveu ao lado dos súditos, sob o domínio chinês. Porém, mesmo entre quem prega a paz, o mero convívio gera conflitos. No ano de 1959, a população passou a temer por sua segurança.

Pequim aumentou a pressão durante todo o tempo em que ele se manteve na terra natal. A opressão gerou tensão. Eclodiram revoltas populares contra os chineses. Em 1959, as forças militares da China começaram a bombardear áreas próximas ao palácio onde morava o líder espiritual. No dia 17 de março de 1959, o monge fugiu do país. 

Desde então, Gyatso passou a viver no exílio na Índia, onde celebra hoje 90 anos de vida. No aniversário, o monge deixou claro: o comunismo pegou a terra, mas não vai roubar a alma do Dalai Lama.


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