Em entrevista ao jornalista André Hernan, o meio-campista Andreas Pereira, do Palmeiras, contou diversos bastidores da vitória alviverde por 3 a 2 sobre o São Paulo, no último domingo (5), pelo Brasileirão.
O Choque-Rei, que foi marcado por diversas polêmicas de arbitragem, viu o Verdão buscar o triunfo de virada após sair perdendo por 2 a 0 no Morumbis, em uma reação histórica do time de Abel Ferreira.
Andreas contou como foi o discurso do treinador no intervalo da partida, com Abel tentando acalmar o elenco e incentivar os atletas na busca pela virada ao invés de dar uma forte bronca em todos pelo primeiro tempo ruim.
“O Abel disse que a gente tinha que esquecer o que passou no primeiro tempo, que não era nossa cara o estilo que a gente jogou. Às vezes, isso pode acontecer no futebol. No segundo tempo, ele disse para a gente jogar da nossa maneira. Não buscar dois ou três gols, mas buscar um gol, que a gente ia crescer no jogo”, revelou.
“Ele pediu para não complicar e fazer as coisas simples. Desde que a gente fez o primeiro gol, a gente sentiu que começou a gostar do jogo, começamos a tocar melhor a bola e chegar com mais confiança. A gente sente que o São Paulo ficou mais retrancado, então podia crescer para cima deles”, seguiu.
“Foi uma virada em que fiquei muito feliz. Entrei com 2 a 0 no vestiário, meu primeiro clássico, e pensei: ‘Não posso perder esse jogo’. Você sente, sabe que os jogadores já viveram isso. Até o próprio Felipe (Anderson) falou para mim que tem muitos jogos que o Palmeiras é o time da virada”, contou.
“Ele falou: ‘Você vai perceber, tem coisas que a gente não explica e que vai acontecer’. Depois do jogo ele brincou com isso. Senti isso, foi uma sensação incrível”, exaltou.
Arbitragem e Marcos Antônio
Questionado sobre as polêmicas de arbitragem do Choque-Rei, Andreas admitiu que os juízes “realmente têm que melhorar” no Brasileirão.
Ex-jogador de Manchester United e Fulham, ele ainda explicou as diferenças para a arbitragem da Premier League, liga em que existe um respeito maior dos atletas pelos profissionais do apito.
“Desde que cheguei (ao Palmeiras) falam muito sobre esse tema de arbitragem. Realmente tem que melhorar, porque pode favorecer um time, depois outro. Tem que elevar o nível para todos os times”, pediu.
“A diferença (do Brasil para a Inglaterra) é que o jogo fica muito picotado, muita parada. (O árbitro) Tem que falar com treinador, conversar… Essas coisas podiam deixar o espetáculo mais bonito”, argumentou.
“Lá (na Inglaterra) a bola rola, não tem muita conversa. Se for para conversa, é cartão amarelo, os caras [jogadores] respeitam mais. Os jogadores precisam respeitar mais os árbitros e deixar eles fazerem o trabalho em paz, deixar o jogo fluir. Isso é a coisa mais importante, o que todo mundo quer ver. Não dá para ficar fazendo cera, caindo no chão. Isso é uma coisa que tinha que evoluir”, observou.
O volante ainda comentou o lance de sua falta em Marcos Antônio, do São Paulo, no 2º tempo do jogo.
Os atletas do Tricolor pediram cartão vermelho ao palmeirense, mas o árbitro Ramon Abatti Abel deu apenas amarelo, em decisão que teve concordância do VAR.
Andreas revelou, inclusive, que conversou com Marcos Antônio e trocou camisas com o adversário, que não viu maldade em sua entrada na canela.
“Ficou tudo bem, falei com ele depois do jogo também. Trocamos camisa. Pedi desculpa até, porque poderia ter machucado, mas nunca vai ser minha intenção fazer isso com ninguém”, encerrou.
Desde que chegou ao Palmeiras, Andreas Pereira se tornou titular do meio-campo da equipe comandada por Abel Ferreira.
Até o momento, são sete partidas com a camisa alviverde, com dois gols e uma assistência.
O jogador assinou contrato até o final de 2028 com o Verdão.
