Há seis anos, o Flamengo batia o River Plate e faturava a CONMEBOL Libertadores. Enquanto a equipe dava fim a um tabu de 38 anos em Lima, no Peru, a milhares de quilômetros dali um futuro zagueiro rubro-negro começava a ganhar destaque com os títulos da Série B e do Campeonato Paulista do Interior.
Às vésperas do confronto de volta pela semifinal do torneio continental nesta quarta-feira (29), às 21h30 (de Brasília) contra o Racing, na Argentina, Léo Ortiz concedeu entrevista exclusiva ao ESPN.com.br. Aos 29 anos, ele se orgulha da trajetória, reflete sobre a oferta milionária que recebeu, desabafa acerca da realidade atual e reforça o sonho de ampliar o caminho para escrever sua própria história na capital peruana.
Desfalque nos últimos dois jogos depois de sofrer uma distensão no ligamento do tornozelo direito em partida contra o Palmeiras, pelo Brasileirão, Ortiz deve ser o grande ‘reforço’ do Flamengo para o reencontro com o Racing em Avellaneda, na grande Buenos Aires.
Em sua melhor fase desde que chegou ao Rio de Janeiro, o camisa 3 foi titular em 49 das 51 partidas que disputou na temporada. Seu desempenho não passou despercebido pela elite do futebol mundial. Foi o caso do RB Leipzig que, em julho deste ano, ofereceu uma proposta de 15 milhões de euros ao jogador, o equivalente a R$ 95,6 milhões.
“Fiquei feliz, é uma coisa boa você ser valorizado por um clube que hoje disputa a Champions League em alguns momentos, briga pelo Campeonato Alemão alguns anos, mas lógico que sempre falei que tinha o objetivo de conquistar grandes títulos com a camisa do Flamengo”, comentou o zagueiro, que reforçou suas prioridades no momento.
“A Libertadores é uma, o Brasileiro é outra que ainda não tive a oportunidade de conquistar aqui, por isso que optei por ficar, porque é uma vontade minha de marcar história no Flamengo e achei que o momento certo era estar aqui”, completou.
Abandono às redes sociais
Ainda que a qualidade do zagueiro ultrapassasse as fronteiras do país este ano, nem ele escapou de uma realidade muitas vezes cruel na vida dos jogadores. A pressão nas redes sociais foi tamanha que o camisa 3 chegou a desativar suas contas a fim de preservar sua saúde mental.
“Comecei a perceber isso em alguns momentos. Lógico que na fase boa você acaba não vendo o ponto negativo da rede social, porque vê muitos elogios e isso acaba inflando o ego, mas de uma maneira que as mesmas pessoas que te elogiam vão pisar e falar que você não presta”, disse o defensor.
“É inflar o ego de uma forma ilusória, porque quando as coisas não vão bem você vai pegar todo aquele ódio, aquela ira e vai se fechar. Por um momento achei que era de me fechar com as pessoas que eu gosto, que vão falar as coisas para mim, vão falar a verdade. Por isso que pensei e optei por desligar”, explicou.
No Flamengo desde o início de 2024, Ortiz busca sua primeira final de Libertadores pelo Flamengo. Se até 2019 o Rubro-Negro não vencia a disputa há 38 anos, desta vez, o clube tentar chegar em sua quarta decisão das últimas sete temporadas.
Do outro lado, o Racing vive o que considera a maior partida da história da equipe em quase seis décadas, desde quando faturou a competição, em 1967.


