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De Poatan a Aldo, cinco histórias para ficar de olho no UFC

Quando Alex Poatan defender o cinturão de campeão dos pesos meio-pesados do UFC pela terceira vez no sábado (5), terão se passado apenas 99 dias desde que ele fez sua segunda manutenção de título no final de junho. O brasileiro, que enfrenta Khalil Rountree no evento principal do UFC 307, não é de ficar parado. Ele fez sua primeira defesa do cinturão em abril, apenas 77 dias antes de sua segunda tentativa.

Para colocar em perspectiva a sequência completa de atividade de Poatan como campeão, considere que dos outros três campeões do UFC que têm uma luta marcada atualmente, nenhum deles entrará no octógono tendo competido nos últimos 250 dias. Quando Jon Jones colocar seu título de peso-pesado em jogo em novembro, terão se passado 580 dias desde sua última luta no MMA.

Pereira não é um recordista – nem de perto. Em 2020, Deiveson Figueiredo defendeu o título dos pesos-moscas masculino duas vezes em 21 dias. E ele também está a quilômetros de distância de outro recordista de 56,7 kg. O recém-aposentado Demetrious Johnson colocou o campeonato em disputa 11 vezes durante um reinado contínuo de quase seis anos. Mesmo que Poatan consiga manter o ritmo e a predominância atuais, ele precisaria de mais de dois anos para alcança-lo.

Não se preocupe com ele, mas o brasileiro não está necessariamente perseguindo “Mighty Mouse” e sua impressionante carreira, mas sim querendo vencer outro adversário. Ele falou em voltar para o peso médio, onde já foi campeão, para desafiar Dricus Du Plessis pelo seu antigo cinturão. Ele também falou em pular a fila de pesos-pesados na frente de Jon Jones e tentar a dupla conquista sem precedentes de vencer o campeão mundial e garantir um cinturão em uma terceira categoria de peso.

Independentemente da direção que Poatan tomar, um lugar no livro de história o aguarda no horizonte.

Mas Rountree pode apagar o capítulo do campeonato em andamento do brasileiro neste fim de semana com um único golpe. O desafiante é um azarão considerável, mas tem um poder de fogo muito grande. Ele venceu cinco lutas seguidas, quatro por nocaute, e produziu sete nocautes e 13 knockdowns em sua carreira no UFC, ambos mais do que qualquer outro peso meio-pesado leve em atividade. E prometeu ficar em pé e trocar com Poatan, um dos socadores mais terríveis do esporte.

Essa história do evento principal promete se desenrolar ferozmente, mas não é a única intrigante no card de duas lutas pelo título no sábado em Salt Lake City. Aqui estão cinco coisas a serem observadas.

1. O ‘0’ de alguém não precisa sair

Rountree está no UFC há oito anos, competindo 15 vezes e acumulando pouco menos de duas horas de luta. No entanto, em todos os seus grandes momentos dentro do octógono, Rountree completou zero quedas – porque ele sequer tentou uma. Considerando o pedigree do kickboxing e o poder de fogo de Poatan – e o jogo de luta agarrada muito menos desenvolvido do campeão – seria sensato levá-lo ao chão, não? Rountree não está interessado.

“Não tenho a intenção de tentar nenhuma derrubada ou tentar seguir o que as pessoas considerariam o caminho mais fácil. Sinceramente, quero fazer uma luta inesquecível”, disse o norte-americano em um episódio recente do podcast ‘Believe You Me’, de Michael Bisping. “Essa é uma luta da qual vou me lembrar para o resto da minha vida… portanto, quero fazer o mesmo com os fãs. Quero que essa seja uma daquelas lutas sobre as quais as pessoas falarão por muitos anos”.

Essa promessa poderia silenciar os questionamentos sobre por que o UFC daria uma disputa de título a um atleta meio-pesado que nem mesmo está entre os cinco melhores da categoria. Se Rountree, número 7 no ranking da ESPN, for fiel à sua palavra, a luta principal deste sábado à noite deve agradar ao público.

2. A família que luta junta…

Alayah Rose Pennington terá 16 meses de idade na noite da luta – um pouco nova para comprar pay-per-views. Mas se ela tivesse acesso a uma TV e não estivesse passando desenhos animados, ela teria vários interesses de torcida no UFC 307. As duas mães dela estarão lutando.

Tecia Pennington, competindo pela segunda vez desde que deu à luz em junho de 2023, enfrentará a ex-campeã do peso palha Carla Esparza em uma luta preliminar. E isso é apenas um aperitivo para o que a refeição em família servirá mais tarde no evento principal, quando Raquel Pennington defenderá seu título de peso galo contra Julianna Peña.

As Penningtons não serão o primeiro casal casado a lutar no mesmo card do UFC. Em 2020, Montana e Mark De La Rosa comemoraram o fim de semana do Dia dos Namorados competindo dentro do octógono. Mais tarde naquele ano, JP Buys e Cheyanne Vlismas, que eram casados na época, também compartilharam um card do UFC.

3. Um pequeno passo para Kayla, um salto gigante para o peso-galo feminino?

A estreia de Harrison no UFC, em abril, pode ter parecido um sucesso absoluto, mas vou discordar disso. Claro, ela atropelou uma ex-campeã, mas Holly Holm tem 42 anos e tem apenas uma vitória desde 2020. Se ela tivesse conseguido aquela finalização no segundo round contra uma Holm no auge da carreira, eu teria ficado muito impressionado. Em vez disso, digamos que estou levemente impressionado e vejo Harrison como um trabalho promissor em andamento.

Aos 34 anos, a atleta precisa progredir rapidamente para cumprir essa promessa. E é isso que ela está preparada para fazer no UFC 307, exibido no mesmo card da luta pelo título entre Pennington e Peña. A adversária dela, Ketlen Vieira, não é nada fácil, mas depende predominantemente da luta agarrada, e a faixa preta de judô da brasileira não se compara às duas medalhas de ouro olímpicas de Harrison nessa modalidade.

O peso galo feminino não tem o brilho das estrelas que já foram Amanda Nunes e Ronda Rousey. Harrison pode estar a caminho de restaurar essa glória.

4. Esse card de luta poderia ser patrocinado por uma casa de repouso

Aos 37 anos, Poatan é o mais velho dos 11 campeões atuais do UFC. No UFC 307, no entanto, ele será apenas o sétimo lutador mais velho.

Pereira está entre mais de uma dúzia de competidores na escalação de sábado que têm 35 anos ou mais. Três deles chegaram ao 40º aniversário: Stephen “Wonderboy” Thompson e Ovince Saint Preux, ambos com 41 anos, e Tim Means, de 40 anos.

De acordo com a ESPN Research, a maior média de idade em um card de luta do UFC foi de 33,8 anos no UFC 300, em abril, encabeçado por Pereira vs. Jamahal Hill. Esse recorde cairá neste fim de semana. A média de idade entre os 24 lutadores programados para competir no UFC 307 é de 34,4 anos. Esse evento será um evento para os veteranos.

5. E ainda há o que não envelhece

Poucos meses após a aposentadoria de José Aldo do MMA, há dois anos, o UFC anunciou que o bicampeão dos pesos-penas seria incluído no Hall da Fama em 2023. Não foi nenhuma surpresa. Aldo detém o recorde de defesas de título da divisão de 65,8 kg, com sete no UFC e mais duas em sua promoção irmã, o WEC – antes de o UFC ter sua categoria de peso. Essa sequência de sucesso ocorreu durante uma década de vitórias consecutivas em 18 lutas. O “Rei do Rio” era um homenageado óbvio.

No entanto, Aldo ainda não havia parado como lutador. Ele sempre sonhou com o boxe e, no ano passado, subiu ao ringue para três lutas, duas delas como profissional. Ele ficou invicto. E então, em maio passado, numa grande surpresa, Aldo voltou ao octógono, vencendo Jonathan Martinez no UFC 301 no Rio de Janeiro. Esse foi o canto do cisne da cidade natal? Não.

Aldo, 38 anos, luta contra Mario Bautista no sábado, e não há porta de saída à vista. Como ele disse à CBS Sports antes da luta contra Martinez, “Eu precisava de uma folga e tive minha folga. Estou recuperado e agora estou de volta”.

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