Zico. Ronaldinho Gaúcho. Pelé. A 10 da seleção brasileira é algo tão sagrado que poucos podem – ou deveriam – usá-la. Desde o título da Copa das Confederações de 2013, ela basicamente pertence a Neymar, embora o craque do Santos não a vista há tempos.
Prejudicado por graves e seguidas lesões, Neymar completa agora em outubro dois anos sem defender o Brasil, o que naturalmente deixa a camisa 10 órfã. Três jogadores a usaram desde então, mas convivem com a dificuldade de brilhar como o antigo (ou atual?) dono fazia.
Rodrygo, Vinicius Jr. e Raphinha tiveram o privilégio de vestir a 10 da seleção desde que Neymar se machucou gravemente, em outubro de 2023, contra o Uruguai, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo.
A tendência é que, sem o astro do Barcelona, um dos dois jogadores do Real Madrid a use novamente nesta sexta-feira (10), contra a Coreia do Sul, em amistoso às 8h (de Brasília). Seja quem for o escolhido por Carlo Ancelotti, é certo que a missão será melhorar o desempenho até aqui.
Rodrygo foi quem mais usou o número histórico desde a lesão de Neymar: 15 jogos entre amistosos, Copa América e eliminatórias, com apenas três gols marcados, contra Espanha, Estados Unidos e Equador.
Raphinha aparece em segundo no ranking, com quatro partidas e um gol como camisa 10 do Brasil. Vini Jr. usou o número duas vezes, justamente nas primeiras partidas de Ancelotti, e também balançou as redes em uma ocasião apenas.
Se o rendimento deles não favorece para assumir a 10 no futuro, o próprio Neymar já demonstrou ter um preferido para sucedê-lo.
“O Neymar falou: ‘Já, já eu estou saindo da seleção e a 10 é sua’. Eu nem sabia o que falar para ele”, contou Rodrygo, em entrevista ao PodPah em junho de 2022. “Fiquei sem graça, dei uma risadinha. Falei que ele tem que jogar mais um pouco, que eu não queria agora e tal. E aí ele deu uma risada”.
O próprio Rodrygo, que no Real Madrid veste a 11, admitiu meses depois que estava apenas “guardando” o número até a volta de Neymar.
“Sempre deixo claro para o Neymar que, por mais que eu esteja com a 10, a camisa é dele. Só estou substituindo por um momento, pois estamos esperando tê-lo aqui de volta”.
Neymar, todos sabem, ainda não voltou. Sua condição física atrapalha qualquer prognóstico se Ancelotti o terá entre os convocados para a Copa do Mundo de 2026. E isso faz com que a 10 siga livre até alguém assumi-la de maneira definitiva.
Será Rodrygo, Vinicius Jr., Raphinha ou alguma surpresa para os meses que antecedem o Mundial? Os amistosos podem ajudar Ancelotti a descobrir a resposta. Além da Coreia do Sul, o Brasil encara o Japão na terça-feira (14), às 7h30 (de Brasília).
Rodrygo como 10 do Brasil:
-
Colômbia 2 x 1 Brasil
-
Brasil 0 x 1 Argentina
-
Inglaterra 0 x 1 Brasil
-
Espanha 3 x 3 Brasil – fez um gol
-
EUA 1 x 1 Brasil – fez um gol
-
Brasil 0 x 0 Costa Rica
-
Brasil 4 x 1 Paraguai
-
Brasil 1 x 1 Colômbia
-
Brasil 0 x 0 Uruguai
-
Brasil 1 x 0 Equador – fez um gol
-
Paraguai 1 x 0 Brasil
-
Chile 1 x 2 Brasil
-
Brasil 4 x 0 Peru
-
Brasil 2 x 1 Colômbia
-
Argentina 4 x 1 Brasil
