Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Defesa aponta ilegalidades da PF na prisão Filipe Martins

Em nova etapa do inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado no governo Jair Bolsonaro, a defesa do ex-assessor especial da Presidência, Filipe Martins, apontou inconsistências, além de omissões nas investigações sob a condução da Polícia Federal (PF). Martins foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a alegação inicial de que teria fugido do país para os Estados Unidos — uma versão que agora se mostra insustentável, segundo os seus advogados.

Durante mais de três horas de inquirição ao delegado Fábio Álvarez Shor, responsável pela investigação, a defesa apresentou documentos, dados de geolocalização e testemunhos que desmontam a tese da fuga internacional. O próprio delegado admitiu, em audiência, que Martins jamais viajou aos EUA, contrariando o principal argumento utilizado para justificar sua prisão preventiva. Ainda assim, tentou sustentar que a detenção teria ocorrido por dificuldades da PF em localizar o ex-assessor — alegação rebatida pela defesa com provas de que ele residia no mesmo endereço onde foi preso.

Defesa diz que investigação ignorou diligências básicas

A condução do inquérito, aberto a partir da chamada PET 12.100, da mesma forma recebeu críticas pela falta de medidas elementares de verificação. O delegado confessou não ter solicitado informações à ANAC, companhias aéreas ou bancos de dados públicos para confirmar a suposta viagem. Segundo a defesa, tratou-se de uma omissão deliberada para sustentar uma acusação já previamente traçada.

Outro ponto controverso envolve a chamada “minuta do golpe”, que teria sido atribuída a Martins. No entanto, tanto o delator Mauro Cid quanto os militares convocados como testemunhas afirmaram, sob juramento, que o ex-assessor não participou de qualquer reunião ou tratativa envolvendo o documento.

YouTube videoYouTube video

A defesa denunciou da mesma forma a existência de um registro migratório supostamente atribuído a Martins nos EUA, inserido no sistema I-94 meses depois da sua prisão. O dado foi posteriormente declarado inválido pelo próprio Departamento de Segurança Interna norte-americano, que determinou sua exclusão e abriu uma investigação sobre a fraude. O registro utilizava um passaporte cancelado desde 2021 e apresentava divergência na grafia do nome do titular — inconsistência que passou despercebida pelas autoridades brasileiras, mas não pelas norte-americanas.

Uso do Judiciário para fins políticos

Para os advogados, o caso é exemplo de lawfare: o uso do aparato judicial com fins políticos. “A prisão de Filipe Martins foi ilegal e abusiva, baseada em uma narrativa fabricada e mantida à custa da violação de garantias fundamentais”, afirmou a defesa, que vê na atuação de Moraes um desvio de finalidade.

Martins ficou preso por mais de seis meses e foi mantido em isolamento. Agora, com o avanço das oitivas e a fragilidade das provas, cresce a pressão por sua absolvição. Segundo os advogados, cada depoimento colhido apenas confirma o que sustentam desde o início: “A verdade não teme a luz, mas seus perseguidores sim”.

Leia mais notícias de Política na Oeste

Compartilhe:

Veja também: