Durante um depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira, 15, o delegado Tomás de Almeida Vianna, da Polícia Federal, foi informado de que é alvo de investigação por suposta atuação irregular de servidores da Polícia Rodoviária Federal nas eleições de 2022. O processo apura possíveis tentativas de impedir eleitores de votarem no segundo turno.
Tomás compareceu ao STF como testemunha do ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Fernando de Sousa Oliveira, envolvido em ação penal que investiga o núcleo 2 da suposta articulação para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência.
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Delegado surpreendido por investigação durante depoimento no STF
No início da oitiva, o juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, Rafael Henrique Tamai Rocha, foi interrompido pelo procurador da República, Daniel José Mesquita Monteiro Dias, que informou que Tomás é investigado no inquérito sobre uso ilegal da PRF. O juiz explicou que o delegado tinha direito ao silêncio para não se autoincriminar.


Surpreso, Tomás disse: “Excelência, eu fui ouvido no âmbito do inquérito sempre na condição de colaborador e informante. Não sabia que era investigado”, afirmou o delegado. “Gostaria de esclarecer se posso me reservar ao direito de ficar em silêncio.” A resposta foi positiva, mas Tomás escolheu responder às perguntas das defesas, segundo o STF.
Um caso parecido ocorreu em maio, quando o delegado Caio Rodrigo Pellim também descobriu, durante depoimento como testemunha do núcleo 1, que é investigado no mesmo inquérito. Embora não indiciado formalmente, Pellim teve seu nome mencionado em investigação sob sigilo no STF.
Na ocasião, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ressaltou, antes das perguntas dos advogados, que Pellim é investigado no caso e, por isso, não poderia atuar como testemunha, conforme as normas do processo.