O mercado físico do boi gordo se depara com predominante acomodação em seus preços nos últimos dias.
De acordo com o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos, em especial os de maior porte, ainda desfrutam de uma posição mais confortável em suas escalas de abate.
“Tais indústrias contam com a incidência de animais de parceria (contratos a termo), somado a utilização de confinamento próprio para suprir suas necessidades”, define.
Segundo ele, as exportações em alto nível ainda são o grande ponto de sustentação do mercado, com um ritmo acelerado de embarques nas últimas semanas, o que deve continuar no restante do mês.
Iglesias reforça que algumas das principais indústrias estão com a escala cheia para o mês de setembro e, por conta disso, naturalmente tendem a pressionar o mercado, mas este movimento não deve ter força o suficiente para baixar significativamente os atuais patamares.
Variação de preços da arroba do boi na semana
- São Paulo: R$ 312,17
- Goiás: R$ 303,57
- Minas Gerais: R$ 299,12
- Mato Grosso do Sul: R$ 319,66
- Mato Grosso: R$ 311,69
Mercado atacadista
O mercado atacadista se depara com reajustes em seus preços no decorrer da quinta-feira. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios sugere pela continuidade deste movimento no curto prazo, em linha com a entrada dos salários na economia nos primeiros dias do mês, motivando, assim, a reposição entre atacado e varejo.
No entanto, é importante reforçar que a carne de frango ainda dispõe de maior competitividade se comparado com as proteínas concorrentes, em especial em relação à carne bovina”.
A semana terminou com o quarto traseiro cotado a R$ 24 por quilo, o dianteiro precificado a R$ 18,10 por quilo e a ponta de agulha a R$ 17,10.
Exportações de carne bovina

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 1,504 bilhão em agosto (21 dias úteis), com média diária de US$ 71,622 milhões, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A quantidade total exportada pelo país chegou a 268,562 mil toneladas, com média diária de 12,788 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.600,00.
Em relação a agosto de 2024, houve alta de 56% no valor médio diário da exportação, ganho de 23,5% na quantidade média diária exportada e avanço de 26,3% no preço médio.