Depois de Lula ter anunciado uma “reciprocidade econômica” à taxação de 50% das exportações brasileiras pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a bancada do PT na Câmara também se manifestou com uma moção de repúdio. O documento foi protocolado nesta quinta-feira, 10.
O líder da bancada na Casa, deputado Lindbergh Farias (RJ), classificou a sanção de Trump como “brutal”, “injustificada” e “politicamente motivada”. A oposição, no entanto, destaca que a medida do governo dos EUA é uma resposta ao autoritarismo político de Lula.
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Na justificativa, Lindbergh afirma que a medida é uma retaliação contra as instituições brasileiras, sob pretexto de críticas à atuação do Supremo Tribunal Federal no caso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele acusa Trump de adotar uma retórica “golpista e antidemocrática” e de promover “ingerência externa sobre a soberania do Brasil”.
“Salientamos, ademais, que tal medida, violenta e unilateral, contraria frontalmente os princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC), entre os quais destacamos os da ‘não discriminação’, ‘previsibilidade’, e ‘concorrência leal’”, alega. “Tal medida, se mantida, poderá afetar os interesses de cerca de 10 mil empresas brasileiras que exportam para os EUA e o emprego de milhões de brasileiros, principalmente nos setores que produzem aviões, peças de carros, suco de laranja, carnes, aços e outros produtos estratégicos.”
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Moção de repúdio a Trump precisa ser votada na Câmara
A moção de repúdio do PT na Câmara precisa ser analisada pelo plenário da Câmara para ser aprovada. No documento, Lindbergh solicita que com a aprovação, o texto seja “imediatamente encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores, à Embaixada dos Estados Unidos da América em Brasília”.
A decisão de Trump reacende tensões entre os dois países em meio a uma crescente polarização política interna no Brasil. No plano comercial, os efeitos imediatos ainda serão mensurados, mas a tarifa representa um novo obstáculo para o já deficitário comércio exterior brasileiro com os EUA — que, segundo a moção, acumula prejuízos de cerca de US$ 88,8 bilhões desde 2009.
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