O Partido Liberal (PL) decidiu expulsar o deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (SP) depois de declarações públicas em defesa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Valdemar Costa Neto, presidente da legenda, anunciou a medida em resposta à forte pressão da bancada. A crise interna teve origem na entrevista publicada nesta quinta-feira, 31, pelo portal Metrópoles.
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Na ocasião, Rodrigues classificou como “absurda” a sanção aplicada pelos Estados Unidos a Moraes, com base na Lei Magnitsky. Além disso, repreendeu o presidente republicano.
“É o maior absurdo que já vi na minha vida política”, disse o parlamentar. “O Alexandre é um dos maiores juristas do país, extremamente competente. Trump tem que cuidar dos EUA. Não se meter com o Brasil como está se metendo.”
A fala do deputado foi interpretada como afronta à base conservadora do partido, que vê o Trump como aliado político. Em nota oficial, Valdemar confirmou o desligamento imediato de Rodrigues.


O episódio acentuou o isolamento político do parlamentar dentro da sigla. Ele já vinha se distanciando de posicionamentos dominantes na bancada, como no caso do projeto de anistia aos condenados pelos atos do 8 de janeiro.
Rodrigues foi um dos poucos deputados do PL que se recusaram a assinar o pedido de urgência para votação da proposta.
Bastidores da CNN Brasil revelaram o motivo para o gesto. Rodrigues mantém relação antiga e cordial com Moraes, com quem convive desde os tempos em que o atual integrante do STF atuava no Executivo paulista.
Por isso, ele evitou movimentos que demonstrassem confronto direto com o magistrado, relator dos casos do 8 de janeiro. Na Câmara dos Deputados, exerce seu primeiro mandato federal depois de conquistar 73.054 votos em 2022. O parlamentar acumula longa trajetória política.
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Entre 2001 e 2012, atuou como vereador em São Paulo. Em 2012, assumiu mandato no Senado como suplente de Marta Suplicy (PT-SP) e, em 2014, chegou ao cargo de ministro dos Transportes no governo Dilma Rousseff.
Nas redes sociais, o deputado condenou publicamente os atos nos Três Poderes, ocorrido em 2023. “Vandalismo é crime, um ato odioso contra a democracia e às instituições, uma afronta ao estado democrático”.