Um pedido formal solicitando a suspensão temporária das redes sociais do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por Rogério Correia (PT-MG). O parlamentar acusa Nikolas de estimular ataques ao STF e de buscar dificultar o andamento da Justiça.
O documento foi protocolado nesta terça-feira, 5, e requer que os perfis públicos de Nikolas permaneçam bloqueados durante 90 dias.
O partido justifica a medida mencionando a participação de Nikolas em um ato na Avenida Paulista, no dia 3, quando ele exibiu uma chamada de vídeo com Jair Bolsonaro e usou o momento para criticar o STF.
Deputado petista alega incitação de crimes
No evento, Nikolas declarou frases como “Alexandre de Moraes vai pagar pelo que está fazendo” e “sem a toga você não é nada”. Para o deputado petista, essas manifestações representam tentativa de coação processual, incitação ao crime e obstrução da Justiça.
A solicitação também inclui que as plataformas digitais sejam notificadas para aplicar imediatamente o bloqueio, sob pena de multa em caso de descumprimento da decisão judicial.
A fala de Nikolas contra Moraes


Durante o ato na Avenida Paulista no domingo 3, Nikolas Ferreira fez duras críticas ao ministro. “O ministro Alexandre de Moraes é um violador de direitos humanos”, afirmou o deputado federal, cujo discurso durou perto de 15 minutos.
“Eu quero aqui lembrar de um dia que eu estava no velório do Clezão [que estava preso, acusado de participar das manifestações de 8 de janeiro] e a sua filha disse para mim, ‘olha, não deixe com que a memória, a morte do meu pai seja em vão’. Clezão morreu na mão do Estado e eu quero te perguntar, o que você faria se fosse o teu pai? O que você faria se fosse um parente seu?”
O deputado fez uma cronologia dos momentos em que, segundo ele, o ministro iniciou a perseguição contra Bolsonaro e seus aliados. Afirmou que o ponto de partida foi a prisão do ex-deputado Daniel Silveira, a quem chamou de “amigo patriota”, em 2021.
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E chegou até este momento em que “fazem toda uma trama para poder prender e tirar do jogo o homem que hoje está em primeiro das pesquisas, que se chama Bolsonaro.”
Antes disso, Ferreira havia declarado, empolgado com a multidão que o aplaudia. “Não estamos em uma democracia.”
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