Parlamentares da oposição reagiram com indignação às medidas impostas pela Polícia Federal a Jair Bolsonaro. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento noturno e a proibição de uso das redes sociais ao ex-presidente.
Segundo o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara, não há elementos que justifiquem a decisão. Ele argumenta que as medidas configuram uma “tentativa desesperada de calar quem ainda representa milhões” de pessoas.
“Colocaram tornozeleira em Bolsonaro”, disse o parlamentar. “Mas não há crime, não há relatos, não há prova. Só há um ‘delito’: enfrentar o sistema.”
Colocaram tornozeleira em Bolsonaro.
Mas não há crime, não há condenação, não há prova.Só há um “delito”: enfrentar o sistema.
Agora ele está proibido de:
• usar redes sociais
• sair de casa à noite
• falar com embaixadores
• conversar com aliadosIsso não é justiça. É…
— Sóstenes Cavalcante (@DepSostenes) July 18, 2025
A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) também se manifestou. Por meio de suas redes sociais, ela associou as restrições a uma escalada autoritária do governo federal.
“Ontem um pronunciamento de Lula mostrando que ele não irá retroceder em seu plano de tornar o país um pária internacional”, destacou Zanatta. “Hoje ‘coincidentemente’ mais uma demonstração de força contra o líder de oposição.”
Ontem um pronunciamento de Lula mostrando que ele não irá retroceder em seu plano de tornar o país um pária internacional.
Hoje “coincidentemente” mais uma demonstração de força contra o líder de oposição.
Mas segundo alguns está tudo “tranquilo” no Brasil.
SOMOS TODOS… pic.twitter.com/3fbJRogO9u
— Júlia Zanatta (@apropriajulia) July 18, 2025
Já Carlos Jordy (PL-RJ) apontou motivação política por trás das medidas do STF: “Um dia após a publicação da carta de Trump, eis que dobram a aposta”.
Um dia após a publicação da carta de Trump, eis que dobram a aposta. O STF determina mais uma busca e apreensão em Bolsonaro e medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e proibição de conversar com diplomatas. Perseguição implacável! pic.twitter.com/BmSc198Svo
— Carlos Jordy (@carlosjordy) July 18, 2025
Bolsonaro é alvo de nova investigação por supostos crimes contra o Estado
O delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), por fim, classificou a decisão do ministro Alexandre de Moraes como “criminosa e absurda”. Segundo ele, o “sistema continua sua perseguição contra o maior líder da direita no hemisfério sul e tudo isso tem que acabar!”
O STF autorizou as medidas com base em parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. Bolsonaro é investigado por suposta obstrução da Justiça, coação no curso do processo e ameaça à soberania nacional.