O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, informou a aplicação de uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados, medida que entrará em vigor a partir de 1º de agosto
Publicado: 25/07/2025, 17:22

Hussein Bakri, Moacyr Fadel e Aliel Machado falaram sobre as tarifas impostas –
A crescente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos tem gerado reflexos diretos, como preocupações e incertezas, na economia dos Campos Gerais do Paraná. A medida foi tomada diante das recentes tarifas anunciadas pelo governo norte-americano.
O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, informou a aplicação de uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados, medida que entrará em vigor a partir de 1º de agosto. A decisão representa um aumento expressivo frente aos atuais 10% e atinge diretamente empresas com forte perfil exportador, como a BrasPine, Millpar e Sudati, que atuam em cidades da região.
Os deputados estaduais Moacyr Fadel (PSD) e Hussein Bakri (PSD), e o deputado federal Aliel Machado (PV) também demonstraram preocupação com as medidas impostas.
Para Aliel Machado, a tarifa imposta é um tema preocupante. “Essa medida, além de injusta, representa um ataque direto à economia do nosso país, e vai prejudicar setores importantes como o agronegócio e a indústria. Esse é um momento em que não tem direita ou esquerda na política, todos devem se unir para defender os interesses do Brasil”, comentou.
Aliel também aponta que o diálogo deve prevalecer entre os países, mas sem deixar os interesses próprios de lado. “Quando falamos em 50%, os Estados Unidos estão dizendo que não querem mais transacionar com o Brasil. Isso traz um prejuízo muito grave, então precisamos de diálogo, de respeito, buscando fazer com que o histórico de boas relações com o país permaneça, mas não podemos perder nossa soberania. Vamos seguir atentos e firmes na defesa dos interesses do Brasil”.
Segundo o 3º vice-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Moacyr Fadel comenta que não se pode admitir que a soberania brasileira seja atingida e que os produtores fiquem no prejuízo. “Nós exportamos quase 80% da nossa laranja, exportamos carne, ferro, petróleo e mel. Aqui no Paraná já foram cancelados alguns contratos por conta do tarifaço. Se a medida se concretizar, vamos sofrer ainda mais com nossos produtos”, ressalta.
O deputado também pede união em prol dos interesses do Brasil. “Enquanto tivermos esquerda ou direita de um lado, quem se dá mal é o povo brasileiro. Precisamos fazer a política voltada ao povo, sem prejudicar os produtores. Temos que tomar providências e rápido. Está na hora de nos mobilizarmos para que isso não aconteça. A política de verdade tem como objetivo fundamental o bem coletivo. O que deve prevalecer é o melhor para o povo. Está na hora de dar um basta, pelo Brasil e pelos brasileiros”.
Segundo o líder do Governo do Estado na Alep, Hussein Bakri, o Paraná possui um grande número de países interessados em seus produtos. “A variedade comercializada reforçam a vocação do Estado de ser um dos principais e mais completos fornecedores de alimentos do planeta. O Paraná sempre foi uma força no agronegócio, mas é necessário otimizarmos todo o nosso potencial”.
Para o deputado estadual, o Governo do Estado vem trabalhando para melhorar a infraestrutura e atrair novas empresas. “Isso vem sendo feito desde 2019 pelo Governo Ratinho Junior, sobretudo com investimentos em infraestrutura, a implantação de uma agenda sustentável e a criação de um ambiente seguro para negócios”, finalizou.
PREJUÍZOS – Até o momento, três empresas tomaram medidas para tentar contornar o atual momento econômico. a BrasPine, Millpar e Sudati – com unidades em Jaguariaíva, Telêmaco Borba, Guarapuava e Ventania – anunciaram férias coletivas para funcionários. A BrasPine, empresa referência na fabricação de molduras de Pinus, já havia anunciado férias coletivas para os colaboradores da unidade de Jaguariaíva, mas a medida se estendeu para a unidade de Telêmaco Borba, atingindo cerca de 1,5 mil colaboradores diretos.
Já a Sudati, uma das maiores indústrias brasileiras de compensados e MDF, também em Telêmaco Borba, anunciou um processo de reestruturação que impactará diretamente cerca de 100 colaboradores, que devem ser desligados da empresa.
Com sede em Guarapuava, a Millpar, uma das maiores empresas do setor madeireiro da Região Central do Paraná, também anunciou a concessão de férias coletivas a seus funcionários.