O então candidato Donald Trump subiu ao palco em Butler, na Pensilvânia, em 13 de julho de 2024, como já fizera centenas de vezes desde que entrou na vida política. O comício prometia ser mais um ato rotineiro da campanha, mas se transformou em um divisor de águas.
Trump sobreviveu a uma tentativa de assassinato e, desde então, sua trajetória ganhou contornos ainda mais dramáticos. Durante o discurso, ao apresentar um gráfico sobre imigração ilegal, o som de disparos interrompeu o evento. A emissora Fox News divulgou as informações neste domingo, 13.
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O atirador, Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, posicionado em um telhado, disparou oito vezes. Uma das balas passou de raspão pela orelha de Trump.
No entanto, o ataque matou Corey Comperatore, um bombeiro de 50 anos, e feriu outras duas pessoas. Agentes do Serviço Secreto neutralizaram Crooks, mas o atentado já havia deixado marcas profundas — físicas e políticas.
Trump não se escondeu depois dos tiros. Levantou o punho, com o rosto ensanguentado, e gritou “Lutem!” três vezes. O gesto virou símbolo de resistência e impulsionou sua campanha.


No discurso da Convenção Nacional Republicana, dias depois, com um curativo na orelha, ele declarou: “Não deveria estar aqui esta noite”.
“Deus poupou a vida do presidente Trump por um milímetro milagroso”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, à Fox News.
Relatos de bastidores indicam que o pedido de um gráfico no comício fez com que Trump se movimentasse segundos antes dos tiros, o que pode ter salvado sua vida.
Serviço Secreto sofreu reestruturação depois de relatório devastador
O Departamento de Segurança Interna emitiu um relatório em outubro de 2024 com críticas severas ao Serviço Secreto. Segundo o documento, a agência se tornou “burocrática, complacente e estática”, incapaz de acompanhar os riscos atuais.
Como resultado, seis agentes foram suspensos, e novas diretrizes passaram a reger a proteção presidencial. A imagem de Trump com o punho erguido e o rosto manchado de sangue hoje ocupa o hall de entrada da Casa Branca.
Thomas Matthew Crooks não teve motivação confirmada até hoje. O FBI descreveu o jovem como um solitário sujeito a bullying e com possível transtorno psicológico não diagnosticado. A investigação permanece em andamento.
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Por fim, Trump afirmou que o atentado foi “inesquecível” e reforçou o vínculo com seus eleitores. “Acharam que tinha acabado”, disse o republicano. “Mas eu pude ver. Eu queria fazer algo para que soubessem que eu estava bem. Levantei o braço direito, olhei para os milhares e milhares de pessoas que esperavam sem fôlego e comecei a gritar: ‘Lutem, lutem, lutem’.”