O Dia da Avicultura é celebrado nesta quinta-feira (28) e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sinfical) enxerga dois grandes desafios para o setor: o risco de um novo foco de influenza aviária em granja comercial após o caso registrado em maio deste ano e o avanço da proposta de privatização das inspeções ante mortem e post mortem de animais destinados ao abate em frigoríficos brasileiros.
A avicultura brasileira tem se mostrado uma potência consolidada: desde o primeiro embarque, em agosto de 1975, o país já exportou quase 100 milhões de toneladas de carne de frango para mais de 150 países. Atualmente, é o líder global em vendas externas.
“Porém, a confirmação de influenza aviária, há pouco mais de três meses, trouxe impactos imediatos ao comércio exterior. O episódio forçou o fechamento temporário de mercados estratégicos e reduziu as exportações brasileiras em 12,9% em maio, 21,2% em junho e 13,8% em julho. Apesar disso, o sistema de vigilância e biosseguridade, aliado ao trabalho dos auditores fiscais federais agropecuários, foi fundamental para conter os danos”, diz o Sindicato, em nota.
O presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo, ressalta que graças à atuação dos fiscais, o Brasil conseguiu retardar a chegada do vírus da gripe aviária às granjas comerciais e preservar a confiança internacional na avicultura brasileira.
Privatização das inspeções
Macedo considera que outro risco ronda o setor: a proposta de privatização das inspeções ante mortem e post mortem realizadas nos frigoríficos.
Segundo ele, hoje essa fiscalização é realizada por auditores fiscais federais agropecuários, servidores públicos de carreira que atuam com isenção e critérios científicos, blindados de pressões econômicas.
Em nota, o Anffa Sindical afirma que transferir essa atribuição à iniciativa privada fragilizaria o controle sanitário, colocaria em risco a saúde da população e ameaçaria a credibilidade internacional da carne de frango brasileira.
“O prestígio que o Brasil conquistou como líder mundial em avicultura decorre justamente da seriedade e da independência da inspeção oficial. Transformar essa atividade típica de Estado em um serviço privado seria um retrocesso inaceitável, com consequências graves para a economia e para a saúde pública”, considera Macedo.
Por fim, o Sindicato enfatiza que o sucesso do setor não se explica apenas pelo volume de produção ou pela competitividade do agronegócio, mas também pela fiscalização pública rigorosa que garante alimentos seguros e mantém a confiança dos mercados internacionais.