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Diálogos Agrojor discute os rumos da comunicação no agro

O 3º Diálogos Agrojor, promovido pela Rede Brasil de Jornalistas Agro (Agrojor), reuniu no último sábado (4) cerca de 100 jornalistas que atuam no agro em redações, assessorias e empresas para uma imersão nos dilemas e oportunidades da comunicação contemporânea. O encontro aconteceu no auditório da Fundação Instituto de Administração (FIA), em São Paulo, com transmissão simultânea pela internet, consolidando-se como um dos principais fóruns de reflexão sobre o futuro do jornalismo no agro.

A terceira edição reafirmou a vocação do evento como espaço de encontro entre profissionais que acreditam na força da comunicação como agente de transformação e sustentabilidade do agronegócio e da sociedade. Em formato híbrido, o evento teve como eixo central os novos desafios de engajamento em tempos de excesso de informação.

A programação foi estruturada em três mesas temáticas que abordaram diferentes perspectivas sobre o papel do comunicador diante da fragmentação das audiências, da ascensão de novas tecnologias e da pressão crescente pela construção de reputações sólidas.

A abertura contou com a presença da presidente da Agrojor e editora da Forbes Agro, Vera
Ondei, que destacou a importância de fortalecer o pensamento crítico e o diálogo entre
diferentes áreas do ecossistema da comunicação.

“Vivemos uma era em que a atenção é o ativo mais disputado. O Diálogos Agrojor é um espaço para refletir sobre como podemos gerar impacto e relevância sem abrir mão da profundidade”, afirmou.

Na primeira mesa, “Storytelling de Impacto: como engajar em tempos de saturação digital e onde está a nova audiência”, Cristiane Barbieri, repórter especial do Estadão, e Angélica Mari, jornalista e cofundadora da Futuros Possíveis, exploraram as formas de conectar narrativas jornalísticas a públicos que se informam em múltiplas plataformas.

As convidadas defenderam a escuta ativa, a experimentação e o uso responsável das
tecnologias como caminhos para reconstruir vínculos de confiança com a audiência.

“Estamos diante de um cenário de pulverização da atenção e, dentro disso, você vai criando
tribos digitais, nichos culturais e algoritmos que capturam a atenção das pessoas e formam
bolhas. Então o grande desafio é poder comunicar e contar histórias simultaneamente para
todos esses segmentos de audiência, de uma forma autêntica, verdadeira e com
credibilidade”, disse Angélica Mari.

“Gente gosta de gente. O que dá mais audiência? Celebridades e esportes é o que chama o leitor. Então, como é que a economia vai chamar esse leitor? Com emoção”, afirmou
Cristiane Barbieri.
A jornalista ressaltou que, para despertar o interesse do público, mesmo tema técnicos e econômicos precisam ser apresentados com humanidade e emoção, aproximando a informação da experiência cotidiana das pessoas.

A segunda mesa, “Narrativas Imersivas: realidade aumentada, podcasts e o futuro do conteúdo”, trouxe o consultor e pesquisador Paulo Silvestre e o diretor do Canal UOL, Antoine Morel. Mediados por Mariana Grilli, apresentadora do Hora H do Agro, os debatedores mostraram como novas linguagens digitais podem ampliar a experiência do público e renovar o interesse por conteúdos informativos. Foram discutidas as possibilidades da inteligência artificial, da gamificação e do áudio como plataformas de engajamento e aprendizado.

“Precisamos estar atentos e abertos ao novo. Não quer dizer que vai dar certo, mas precisamos estar predispostos a fazer essa mudança. O jornalismo precisa mudar a sua linguagem e a linguagem não é só palavras. Linguagem é o que você usa, o jeito que você faz e, principalmente, a maneira como nos relacionamos com o nosso público”, afirmou Paulo Silvestre.

“Estamos em um momento de novas narrativas e, mais do que isso, de entender como a gente distribui e compreende o ecossistema pelo qual estamos construindo seja vídeo, texto ou áudio. Vivemos uma época de cocriação e é um momento de perceber que a própria realidade está sendo cocriada, e isso tem muita influência da inteligência artificial”, destacou
Antoine Morel.

Encerrando o evento, a mesa “Comunicação e reputação em tempos de redes sociais” reuniu
Fábio Santos, presidente da Abracom e CEO da CDN, e Pablo Toledo, diretor de Comunicação e Branding da BYD Brasil. Sob mediação de Mariele Previdi, diretora da Rede Agrojor, o debate analisou os riscos e responsabilidades das marcas e dos comunicadores diante da velocidade das redes. A discussão ressaltou a necessidade de coerência entre propósito e prática, além do papel estratégico da comunicação na gestão de crises e na construção de legitimidade.

“Muitas empresas olham para as redes sociais apenas como um canal de captura de lead e não trabalham sua reputação nesses ambientes. Quando tropeçam, lembram que só gerar lead não é o suficiente para sobreviver a certas crises e proteger sua reputação a médio e longo prazo”, observou Fábio Santos.

“Vejo como tendência um investimento em canais próprios. Ter um controle maior e transformar cada vez mais esses canais em meios poderosos de comunicação é algo que já observo em vários lugares”, completou Pablo Toledo.

O Diálogos Agrojor 2025 contou com patrocínios de Syngenta, Corteva, Bayer, Cargill, Elanco e Yara, além do apoio institucional do Pensa/FIA e da Almagrino.

Mais do que um evento, o encontro reafirmou o compromisso da Rede Agrojor em promover espaços de troca e aprendizado, fortalecendo a atuação dos comunicadores do agro em um cenário cada vez mais dinâmico e digital.

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