Durante uma transmissão ao vivo neste domingo, 20, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou diretamente a Polícia Federal (PF). Na ocasião, o parlamentar mencionou o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Cachorrinho da Polícia Federal que está me assistindo, deixa eu saber não”, disse Eduardo. “Se eu ficar sabem que é você, ah, eu vou me mexer daqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente.”
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A declaração provocou resposta imediata do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Ao blog da jornalista Andréia Sadi, do g1, Rodrigues classificou o episódio como uma “covarde tentativa de intimidação”. Segundo ele, a corporação adotará providências legais.
“Nenhum investigado intimidará a Polícia Federal”, argumentou Rodrigues.
Fábio Shor comanda inquéritos sensíveis em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre eles, o que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado e o suposto uso de cartões de vacinação falsos. Ambos têm Bolsonaro como um dos alvos.


Eduardo, que é escrivão licenciado da própria PF, já havia criticado Shor publicamente. Em razão das falas anteriores, a corporação abriu um processo administrativo disciplinar contra o parlamentar no início de 2025.
Agora, o deputado afirma que pretende trabalhar pela retirada do ministro Alexandre de Moraes do STF. No entanto, não apresentou detalhes de como pretende agir. Eduardo também deixou claro que não pretende renunciar ao cargo na Câmara. Sua licença de 120 dias, solicitada em março, terminou neste domingo.
Caso permaneça fora do país sem justificar suas ausências, passará a ter faltas contabilizadas. O caso pode abrir caminho para questionamentos sobre a continuidade de seu mandato.
PGR investiga supostas condutas de Eduardo Bolsonaro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) conduz uma investigação contra Eduardo. A apuração envolve supostos atos de obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Nesse sentido, a principal linha de investigação considera que Eduardo teria atuado nos Estados Unidos para interferir em processos que envolvem seu pai e outros aliados políticos.
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As suspeitas também incluem declarações públicas contra o STF, vistas como possíveis tentativas de enfraquecer o sistema judicial brasileiro. O caso ainda está em fase preliminar. Contudo, pode evoluir para desdobramentos criminais mais graves, caso se confirmem os indícios reunidos pela PGR.