O dólar opera alta nesta terça-feira, 17, com reação de investidores à divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e ao cenário fiscal, que continua impactando o mercado nacional.
A moeda chegou a avançar mais de 1% nos primeiros minutos de negociação e alcançou R$ 6,16 no pico. Contudo, o BC interveio, o que ajudou a conter parte da pressão. Ainda assim, o dólar mantém a tendência de forte alta.
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Depois de elevar a taxa básica de juros em 1 ponto porcentual, para 12,25% ao ano na última semana, o Copom sinalizou novas altas de mesma magnitude nas próximas reuniões, previstas para o início de 2025. Isso pode levar a Selic a 14,25%.
O Banco Central destacou que a alta do dólar nas últimas semanas, aliada à percepção negativa do mercado sobre o pacote de cortes de gastos proposto pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi determinante para o aumento expressivo dos juros e a previsão de novas elevações.
O pacote fiscal, anunciado no fim de novembro, tem o objetivo de economizar R$ 70 bilhões em dois anos, mas ainda não foi votado no Congresso.
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Dólar
Às 10h17, o dólar subia 1,19%, cotado a R$ 6,1632. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,1692. No dia anterior, a moeda americana subiu 0,99%, chegando a R$ 6,0942, um novo recorde nominal.
No acumulado, o dólar tem:
- 0,99% de alta na semana;
- 1,56% de avanço no mês;
- 25,59% de valorização no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,09%, aos 123.673 pontos.
Na véspera, o índice caiu 0,84%, aos 123.560 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
- 0,84% de queda na semana;
- 1,68% de recuo no mês;
- 7,92% de retração no ano.
O que influencia o mercado?
Para conter o avanço do dólar, o BC realizou novo leilão de venda à vista, disponibilizando ao menos US$ 1 milhão no mercado interno.
Na ata do Copom, o BC reiterou que o aumento do câmbio pressiona os preços, especialmente com uma demanda aquecida e expectativas de inflação acima das metas.
“Lembrou-se que o repasse do câmbio para os preços aumenta quando a demanda está mais forte, as expectativas (de inflação) estão desancoradas (acima das metas) ou o movimento cambial é considerado mais persistente”, disse o BC.
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“Desse modo, o Comitê deve acompanhar de forma mais detida como se dará a transmissão da taxa de câmbio e das condições financeiras para preços e atividade”, avaliou a autarquia.
Sobre o pacote fiscal, o BC avaliou que a “percepção dos agentes econômicos afetou, de forma relevante, os preços de ativos, assim como as expectativas especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”.