Dois pacientes que estavam internados em unidade de saúde de Curitiba, que teriam sido abusados por técnico de enfermagem, foram identificados pela Polícia Civil do Paraná. Um deles ainda necessita de confirmação da família. Segundo a delegada da Polícia Civil, Aline Manzatto, todas as vítimas serão identificadas primeiro e somente após esse processo é que os depoimentos devem iniciar. Pelo menos quatro pessoas teriam sido vítimas.

De acordo com as investigações, vídeos dos abusos estavam armazenados no celular do técnico. As gravações, feitas pelo próprio autor, foram descobertas por uma pessoa com a qual ele mantinha um relacionamento.

A Polícia também informou que ele tirava fotos das partes íntimas de pacientes, pelo monitor de segurança dos quartos, em outro hospital da cidade. Está sendo investigado se essas fotos eram comercializadas pelo suspeito.

O caso foi revelado pela Polícia Civil nesta semana. O homem de 25 anos foi demitido e já está preso. A pena máxima pelos crimes cometidos pode chegar até 70 anos.

Em respeito às vítimas, a CBN Curitiba optou por não divulgar as gravações. A a delegada da Polícia Civil, Aline Manzatto, conta que em um dos vídeos, o técnico de enfermagem abusa sexualmente de um paciente deitado em uma maca hospitalar.

Na casa do autor, a polícia apreendeu medicações como fentanil, quetamina e morfina, que costumam provocar efeitos sedativos. Segundo as investigações, o técnico havia subtraído os medicamentos dos locais em que trabalhava. Por conta disso, ele foi autuado em flagrante por furto.

Além disso, as equipes da polícia identificaram que o homem é portador do vírus HIV e que tinha ciência disso desde o ano de 2019. Ele também deve responder pelo crime de perigo de contágio de moléstia grave.

Em coletiva de imprensa nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde condenou os abusos sexuais praticados pelo técnico de enfermagem. A secretária, Beatriz Battistella, disse que todo o apoio necessário será prestado às vítimas dos abusos.

O Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR) se manifestou. Por meio de nota, disse repudiar “qualquer forma de abuso perpetrado por profissionais de enfermagem no exercício da profissão. Tais atos são inaceitáveis e contrariam os princípios éticos que norteiam a profissão”.

O caso está sendo acompanhado também pelo Ministério Público do Paraná, pelo Núcleo de Apoio à Vítima de Estupro (Naves). A instituição afirmou que já requisitou diligências investigativas e aguarda a conclusão do inquérito policial para análise. Os contatos das vítimas e familiares podem ser feitos pelo telefone e WhatsApp (41) 3250-4022, e pelo e-mail naves.mp@mppr.mp.br.