Durante a vitória do Coritiba por 2 a 0 sobre o Botafogo-SP , na última sexta-feira (3), o zagueiro Edson , do time de São Paulo, deu um tapa no rosto de Zeca , lateral do Coxa. Neste domingo (5), o defensor se manifestou.
Na postagem feita nas redes sociais, Edson, que foi expulso por arbitragem na ocasião, acusou o adversário de chamá-lo de “nordestino de m***” e “passa fome”.
“Fui alvo de ofensas graves e inaceitáveis por parte do atleta Zeca, que me chamou, dentre outros termos, de ‘nordestino de merda’ e ‘passa fome’. Provocar e tentar desconcentrar o adversário dentro de campo é natural e todos nós sabemos que faz parte do jogo, mas essa fala ultrapassa os limites toleráveis e se torna um crime”, escreveu Edson.
“Eu nasci em Touros, no Rio Grande do Norte, tenho muito orgulho das minhas origens, do meu Nordeste e jamais permiti que qualquer pessoa tentasse diminuir a mim, meu povo, minha região e nossa cultura”, completou.
Versão do lateral Zeca
Em comunicado oficial, Zeca negou ter proferido as ofensas alegadas por Edson.
Veja a nota :
Diante das declarações feitas pelo atleta Edson nas redes sociais, veio ao público esclarecer que em nenhum momento proferi as palavras ou ofensas mencionadas por ele durante a partida entre Coritiba e Botafogo-SP. Repudio veementemente qualquer forma de preconceito, discriminação ou ataque pessoal.
O que realmente ocorreu foi uma atitude lamentável e covarde, após ele já ter sido expulso da partida. Procurei manter a serenidade, pois acredito que o respeito e os limites devem existir em qualquer circunstância.
Diante da gravidade das acusações, o atleta Edson será responsável por provar tudo o que disse, pois trata-se de uma acusação infundada e que atinge minha honra e minha imagem profissional. Já estou tomando as medidas cabíveis para que os fatos sejam devidamente apurados.
O lateral do Coritiba também se manifestou nas redes sociais, fazendo um longo desabafo contra o zagueiro do Botafogo-SP.
“Em toda minha carreira de atleta, jamais imaginei passar por algo assim. Ontem fui agredido por esse covarde que vocês estão vendendo no vídeo. Não revidei, agi como um atleta profissional deve agir. Mas deixo registrado aqui a minha indignação e espero que nenhum colega de profissão tenha que passar pelo que eu passei. Que a justiça seja feita — para refletir, aprender e melhorar, não apenas como profissional, mas também como ser humano”, disse o atleta.
Súmula da partida
Na súmula da partida enviada à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o julgado Jonathan Benkenstein Pinheiro detalhou a razão pela qual o atleta foi expulso, ainda aos 40 minutos do primeiro tempo.
No documento, o juiz designado que Edson recebeu o cartão vermelho por “conduta violenta”, e penalizou.
“Por golpear seu adversário com o braço no pescoço fora da disputa de bola com uso de força excessiva. Informa que após ser expulso, o atleta agrediu com uma tapa no rosto seu adversário de número 73, José Carlos Cracco Neto, causando um tumulto generalizado dentro do campo de jogo. Após este incidente, o atleta expulso saiu do campo de jogo e a partida reiniciou normalmente”.
Veja a nota oficial de Edson
Na última sexta-feira (3), durante a partida contra o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro, fui alvo de ofensas graves e inaceitáveis por parte do atleta Zeca, que me chamou, dentre outros termos, de “nordestino de merda” e “passa fome”.
Provocar e tentar desconcentrar o oponente dentro do campo é natural e todos nós sabemos que faz parte do jogo, mas essa fala ultrapassa todos os limites toleráveis e se torna um crime.
Eu nasci em Touros, no Rio Grande do Norte, tenho muito orgulho das minhas origens, do meu Nordeste e jamais permiti que qualquer pessoa tentasse diminuir a mim, meu povo, minha região e nossa cultura.
Futebol é um esporte que tem rivalidade como característica, mas esse jogo mental jamais pode ser confundido com autorização para preconceito ou discriminação. É importante eu falar também que fui expulso por outro lance, de jogo, e de forma justa. Sabendo que já estava fora da partida, acabei reagindo de cabeça quente às ofensas inacreditáveis que vinham lesões, tanto que é possível ver que, quando o juiz confirmar minha expulsão, eu vou direto no Zeca para defender a minha honra. Não me orgulho da minha ocorrência, mas ali, no calor do momento, foi a única forma que vi de me defender diante de falas tão desrespeitosas, absurdas mesmo.
Ontem, já mais tranquilo, tomei as medidas cabíveis para registrar um boletim de ocorrência sobre o caso, pois acredito que atitudes assim não podem ser normalizadas.
Hoje, vendo tudo tomar a proporção que tomou, decidi vir ao público para que todos saibam a história completa. Espero que os órgãos competentes apurem o ocorrido e que situações desse tipo não se repitam nunca mais.