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Em crise, Kodak admite risco de fechamento, depois de 140 anos

Diante do momento financeiro mais delicado de sua longa trajetória, a Kodak, referência mundial em fotografia, admite a possibilidade de encerrar as atividades depois de quase 140 anos de operação ininterrupta. O anúncio vem depois da divulgação de seu balanço, que evidencia dificuldades crescentes para honrar dívidas com vencimento nos próximos 12 meses.

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A empresa, sediada em Rochester, Nova York, nos Estados Unidos, declarou na última segunda-feira, 11, que não dispõe de linhas de crédito garantidas ou liquidez suficiente para cumprir obrigações financeiras no prazo estipulado.

“A Kodak tem dívidas que vencem em 12 meses e não tem financiamento comprometido ou liquidez disponível para cumprir tais obrigações, caso venham nos termos atuais”, afirmou a companhia, segundo comunicado oficial.

Incertezas e tentativas de sobrevivência da Kodak

A Instamatic foi um modelo de design clássico que ficou famoso por ser baratinho e ter o filme facilmente substituído | Foto: Reprodução/Redes sociaisA Instamatic foi um modelo de design clássico que ficou famoso por ser baratinho e ter o filme facilmente substituído | Foto: Reprodução/Redes sociais
A Instamatic, modelo de câmera da Kodak | Foto: Reprodução/Redes sociais

A própria administração da empresa reforça o cenário de incerteza. “Essas condições levantam dúvidas substanciais sobre a capacidade da empresa de continuar em atividade”, explicou a companhia, no mesmo documento. O diretor-financeiro David Bullwinkle reconheceu que a direção ainda busca alternativas para enfrentar o déficit no curto prazo.

Com endividamento de US$ 155 milhões, a Kodak revelou prejuízo de US$ 26 milhões somente no segundo trimestre de 2025. Isso representa queda de apenas 1% em comparação com o mesmo período de 2024, resultado inferior ao esperado pelos analistas.

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“A Kodak está confiante de que será capaz de pagar uma parte significativa de seu empréstimo a prazo bem antes do vencimento e alterar, prorrogar ou refinanciar nossa dívida restante e/ou obrigações de ações preferenciais”, pontou a empresa.

Raízes históricas e desafios de adaptação

As dificuldades financeiras não começaram agora. Em 2012, a Kodak entrou com pedido de falência, com um acúmulo de dívidas de US$ 6,65 bilhões. Em 2020, optou por diversificar os negócios e ingressou também no setor farmacêutico, para tentar novas fontes de receita.

Fundada em 1888 por George Eastman e Henry A. Strong, a Kodak lançou, naquele ano, sua primeira câmera a US$ 25. Ao longo do século 20, tornou-se ícone global e dominou o mercado de câmeras e filmes. O slogan “você aperta o botão, e nós fazemos o resto” marcou gerações e consolidou a marca.

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Apesar da participação no avanço da fotografia digital a partir dos anos 1970, a empresa não priorizou esse segmento. Isso contribuiu para a crise nos anos 1990. Nessa época, as vendas caíram e dívidas aumentaram.

Atualmente, a Kodak atua nos setores de impressão, embalagens, microimpressão 3D e mantém produção de filmes e produtos químicos para cinema. Além disso, licencia sua marca para itens de consumo.

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