O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, fez um agradecimento público ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo apoio à denúncia contra Israel, levada ao Tribunal de Haia pela África do Sul. O Brasil deve ingressar como parte na ação ajuizada pelo governo sul-africano em 2024, na qual o governo israelense é acusado de genocídio na Faixa de Gaza, região controlada política e militarmente pelo Hamas.
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Lula é um crítico contumaz de Israel e, desde o ataque terrorista de outubro de 2023, fez duras críticas à reação do governo de Netanyahu. As seguidas acusações de genocídio contra Israel o tornaram persona non grata no território israelense.
Embaixador da Palestina elogia decisão do governo Lula
O diplomata da Palestina descreveu a decisão brasileira como um ato de grande relevância política e jurídica diante do cenário internacional. “A possível decisão do Brasil de participar do processo em curso na Corte Internacional de Justiça (CIJ) fortalece o movimento global contra o genocídio, mostrando responsabilidade, justiça e respeito ao direito dos povos à autodeterminação, ao lado dos países que também apresentaram suas posições”, escreveu Alzeben em comunicado publicado pelo portal Metrópoles.
Segundo ele, a iniciativa insere o Brasil entre as nações que se manifestaram em defesa dos palestinos.
Para Alzeben, a postura do governo Lula reflete uma renovação do compromisso do Brasil pelo fim das ocupações israelenses e a busca por uma resolução pacífica para o conflito iniciado em outubro de 2023, pelo Hamas.
No cargo desde 2008 e condecorado por Lula em 2023 com a Ordem do Rio Branco no grau Grã-Cruz, o diplomata afirmou: “A decisão possui grande peso político e jurídico, dado o peso do Brasil na arena política mundial e do Sul Global, podendo influenciar futuras decisões da ONU de pôr fim a genocídios e crimes de lesa-humanidade”.
No fim de semana, Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, declarou à Al Jazeera, emissora de TV árabe, que o Brasil trabalha para aderir à ação da África do Sul e que a participação pode ocorrer “em muito pouco tempo”.
Israel tenta eliminar terroristas do Hamas
Israel nega as acusações. O principal argumento é que busca os terroristas do Hamas, que se escondem em milhares de túneis, instalações e passagens clandestinas no subsolo de Gaza e usam civis como escudos humanos.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também é alvo de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional em novembro de 2024, sob suspeita de crimes de guerra.
