A empresa Mota-Engil Latam Portugal se sagrou, nesta sexta-feira (5), vencedora do leilão para construir o túnel imerso Santos-Guarujá. A obra, que é uma iniciativa do governo federal, por meio da Autoridade Portuária de Santos (APS), em parceria com o governo de São Paulo, está orçada em R$ 6,8 bilhões.
No leilão, realizado na sede da B3, em São Paulo, a Mota-Engil venceu a disputa propondo desconto de 0,5% sobre a contraprestação que será paga pelo poder público durante a concessão. A outra participante do leilão era a espanhola Acciona Concesiones, que acabou derrotada.
O presidente da APS, Anderson Pomini, afirmou que a escolha da empresa torna mais próxima a realização de um sonho de 100 anos.
“Esse é um momento histórico para a população da Baixada Santista e para o porto de Santos”, disse Pomini, que assumiu a diretoria da APS há mais de dois anos tendo como um de seus objetivos concretizar o túnel.
Já pensado desde o início do século 20, o projeto de ligação seca entre as duas margens do Porto de Santos foi elaborado há 15 anos, durante a gestão do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O projeto recebeu a primeira licença ambiental, o que permitiu a celeridade da atual retomada do processo.
A concessão será na modalidade Parceria Público-Privada (PPP). A Mota-Engil terá a concessão por 30 anos, havendo o retorno do ativo à União/APS após esse prazo. O aporte financeiro da APS viabilizará a obra de natureza infraviária, reforçando a governança do empreendimento.
A APS atua como interveniente e articuladora da comunidade local, aprovando previamente e mitigando impactos regionais e operacionais.
Integração de 9 municípios

O túnel permitirá maior integração entre os nove municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista, beneficiando cerca de dois milhões de pessoas por dia.
Diretamente, hoje, são cerca de 80 mil pessoas que cruzam diariamente o canal por balsa. A travessia é considerada a mais movimentada do mundo, com uma média de 27 mil veículos por dia.
De acordo com o projeto, os veículos de carga, que precisam rodar mais de 40 quilômetros para fazer o percurso, terão o deslocamento reduzido de 40 minutos para pouco mais de 1 minuto.
De acordo com a Autoridade Portuária de Santos, a obra também traz benefícios ambientais, com a redução de 70 mil toneladas de CO₂/ano, ao encurtar o percurso de 45 km (5 mil caminhões/dia) para apenas 960 metros.
A construção do túnel também chega em um momento estratégico, com a implantação do maior terminal de contêineres do complexo, o Tecon Santos 10, com capacidade de 3,5 milhões de TEUs, obra que colocará Santos entre os 20 maiores portos do mundo.