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Empresários com processos no STF e despesas públicas acima de R$ 1 mi marcam ‘Gilmarpalooza’

O XIII Fórum Jurídico de Lisboa, conhecido como ‘Gilmarpalooza’, teve início na quarta-feira 2, e finalizou na sexta-feira 4, na Universidade de Lisboa. Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se reuniram com dirigentes de estatais, políticos do Centrão, empresários processados pela Corte e representantes do governo federal. Durante três dias, ministros responsáveis por julgamentos dividiram mesas e encontros com figuras que possuem interesses diretos em decisões do STF. Todas essas despesas partiram dos cofres públicos.

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O jornal Gazeta do Povo revelou que o evento já consumiu R$ 914 mil apenas com diárias e passagens destinadas a parlamentares. Muitos bilhetes seguem sem divulgação, mas a projeção indica que o custo total superará R$ 1 milhão. Na Câmara, 30 deputados contaram com recursos públicos para bancar viagens e hospedagem. Esse gasto atingiu R$ 727 mil. No Senado, seis senadores receberam diárias que somaram R$ 110 mil. Dois senadores já apresentaram passagens no valor de R$ 77,5 mil.

Diversos parlamentares optaram por viajar em classe executiva. Alguns bilhetes custaram mais de R$ 30 mil, incluindo despesas de assessores. Embora o evento tenha durado apenas três dias, parte dos deputados e senadores pediu mais de quatro diárias. Até o momento, não surgiu nenhum documento institucional que esclareça a necessidade desse investimento.

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A responsabilidade pela organização ficou novamente nas mãos do IDP, instituto fundado pelo ministro Gilmar Mendes. Outros ministros também apareceram em Lisboa, como Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e André Mendonça. As palestras apresentaram temas que interessam ao STF, com destaque para debates sobre regulação digital e democracia combativa.

O conteúdo do Fórum priorizou autoridades próximas ao governo e executivos que mantêm negócios sensíveis a decisões judiciais. Entre os nomes presentes, figurou Diego Barreto, CEO do iFood, que em maio dividiu microfone e palco com Barroso. Também compareceram representantes de grandes grupos como BTG Pactual, JBS, BRF, Vale, Cosan, Meta, Light, Bradesco Seguros e Eletrobras.

Vários encontros reservados ocorreram em Lisboa. Um jantar promovido pelo BTG, no restaurante SUD Lisboa, reuniu empresários e autoridades sem qualquer registro em agendas oficiais.

Levantamento sobre o perfil político dos participantes do ‘Gilmarpalooza’ revela predominância do Centrão

Levantamento sobre o perfil político dos participantes revela predominância do Centrão. Dos 36 parlamentares que viajaram com recursos públicos, 28 fazem parte de legendas do bloco. O PP liderou com nove nomes. Republicanos e PSD tiveram cinco representantes cada. União Brasil enviou quatro, e o MDB marcou presença com três parlamentares. Quatro deputados eram filiados a partidos de esquerda (PT, PCdoB, PSB e PV). Apenas o senador Eduardo Gomes, do Partido Liberal, representou uma legenda de direita.

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O senador Irajá (PSD-TO) apareceu no topo da lista de despesas. Usou R$ 51 mil do orçamento público para custear passagens no valor de R$ 37 mil e diárias que totalizaram R$ 14 mil. Logo atrás, o deputado Luciano Vieira (Republicanos-RJ) contabilizou gastos de R$ 44 mil. A deputada Elcione Barbalho (MDB-PA) desembolsou cerca de R$ 42 mil.

A relação completa de participantes inclui 30 deputados e seis senadores. Entre os federais, figuram nomes de destaque, como Arthur Lira, Baleia Rossi, Paulinho da Força e Orlando Silva. No Senado, marcaram presença Angelo Coronel, Daniella Ribeiro, Laércio Oliveira e Marcio Bittar. Quase todos viajaram sem apresentar relatórios capazes de comprovar a relevância institucional da viagem.

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