Brasília sediou nesta quinta-feira (21) um seminário sobre a integração entre a produção de alimentos e a energia renovável. O evento foi promovido pela Frente Parlamentar Mista do Biodiesel e reuniu representantes do governo, do setor privado e de entidades do agronegócio.
O objetivo do encontro foi discutir formas de potencializar as cadeias produtivas ligadas ao biodiesel, com foco não apenas na transição energética, mas também no desenvolvimento econômico e social, na segurança alimentar e climática e na geração de emprego e renda.
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Segundo o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), as cadeias de proteína animal, como bovinos, aves e suínos, têm papel estratégico nesse processo. Ele destacou que a produção de biocombustíveis gera subprodutos, principalmente farelo para ração, que fortalece diretamente o setor de carnes.
“Queremos criar referências de planejamento e logística, discutir questões tributárias e alinhar essa agenda a uma política de inserção do Brasil no mercado internacional, oferecendo uma carne mais competitiva, acessível, de qualidade e com menor pegada de carbono”, afirmou o parlamentar.
O diretor de Economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove)**, Daniel Amaral, reforçou que o aumento da mistura de biodiesel no diesel fóssil também estimula o esmagamento de soja, ampliando a oferta de farelo.
“Esse aumento da oferta reduz o preço da ração no Brasil e fortalece a competitividade da cadeia de proteínas animais. Em outras palavras, o biodiesel gera emprego e renda, mas também contribui para alimentos mais baratos. Diferente do que muitos diziam, ele não pressiona os preços da alimentação, ao contrário: ajuda a reduzir custos”, disse Amaral.
No parlamento, há um pré-projeto que prevê medidas para promoção internacional das proteínas brasileiras e a priorização de sua exportação em negociações comerciais, tema que deve avançar no Congresso Nacional nos próximos meses.