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Entidades se mobilizam na oferta de ajuda e projetos sociais

Número de pessoas em situação de rua passa de 100 em Ponta Grossa –

Ponta Grossa passa o número de 100 pessoas em situação de rua, conforme estimativa de dados da Prefeitura. Com iniciativas de convívio social e apoio para estas pessoas por meio de um centro de referência, o Centro POP, a Fundação de Assistência Social de Ponta Grossa (Faspg), busca atender as necessidades essenciais de alimentação, higiene, abrigo e documentação destes moradores. Confira a primeira parte dessa reportagem especial do Grupo aRede clicando aqui.

Por meio do Centro POP, são promovidas atividades voltadas para o desenvolvimento da sociabilidade, buscando fortalecer vínculos interpessoais que oportunizem a construção de novos projetos de vida destes indivíduos. Além desta iniciativa, há o serviço de abordagem social, que realiza 120 atendimentos por dia. Nesta frente de política pública da Faspg, são feitos trabalhos sociais de identificação de pessoas em condições de trabalho infantil, exploração sexual, situação de rua, dentre outras. A partir deste primeiro contato, é iniciado o processo de saída das ruas para condições de acesso a serviços assistenciais para a garantia de direitos destas pessoas.

Segundo Tatyana Belo, presidente da Faspg, a política de assistência social tem como compromisso garantir a proteção social e a dignidade das pessoas em situação de rua. “Por meio dos serviços especializados, como o Centro POP, é oferecido atendimento social, escuta qualificada, acesso a benefícios, orientação para a emissão de documentos e encaminhamentos para a rede de saúde, trabalho e educação”, diz.

OPORTUNIDADE – Entretanto, o problema da ressocialização é alarmante. Conforme dados compartilhados para esta reportagem por meio da Prefeitura, somente 9% destas pessoas conseguem realizar atividades para geração de renda, “embora de maneira precária e instável”, afirma o órgão.

Em busca de mitigar este problema, algumas iniciativas em parceria com a Faspg e a Fundação Municipal de Saúde (FMS) estão sendo promovidas no município. Para Tatyana, a integração de políticas intersetoriais são fundamentais para que a promoção da assistência seja eficaz. “É importante destacar que a demanda da população em situação de rua deve ser tratada em todas as políticas públicas, sendo articuladas para o melhor atendimento, visando a saída das ruas, de forma efetiva. A assistência social tem o dever de acolher, mas de forma articulada com a saúde, qualificação profissional, habitação, segurança pública e sociedade civil”, explica a presidente da Faspg.

A exemplo da iniciativa da Agência do Trabalhador, que há mais de seis meses atende pessoas em situação de rua com a confecção de currículos e oferta de emprego, como explica Emerson Silveira, diretor da agência. “Já conseguimos empregar em torno de dez pessoas para o mercado de trabalho. Temos um caso em que uma dessas pessoas fez uma formação com a equipe do Corpo de Bombeiros, e hoje está empregada. Também conseguimos inserir estas pessoas na indústria, então, sim, há resultados”, afirma positivamente o diretor.

O período de fim de ano também traz novas oportunidades, com o aumento de vagas para a temporada. “Algumas empresas abrem as vagas temporárias de fim de ano, e essa mão de obra está empregada ali. E continuamos com as entrevistas do processo seletivo. Na última semana, um morador em situação de rua foi encaminhado para um supermercado, e está trabalhando lá!”, conta Emerson. 

AÇÕES INTERSETORIAIS – Outros órgãos de Ponta Grossa também propõem frentes de apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade social, a exemplo da subseção de Ponta Grossa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PG), como explica Mariantonieta Ferraz, presidente da unidade. “A OAB Ponta Grossa aderiu ao programa de segurança e saúde pública em parceria com o município por meio do Movimento Campos Gerais (MCG) de Igual para Igual, para fins de investimento e apoio às efetivas políticas de segurança da sociedade, e, ao mesmo tempo, uma ação de respeito ao direito de pessoas em situação de rua, principalmente aqueles sob dependência de álcool e outras drogas”, declara Mariantonieta. Ainda, para a presidente da OAB/PG, a eficácia destas ações está diretamente relacionada à articulação intersetorial entre saúde, assistência social e segurança pública.

Para que o desenvolvimento do município seja sustentável e promova mais oportunidades, são sugeridas ações de incentivo e permanência profissional, como avalia Antônio Renato Galvão, diretor de Assuntos Comunitários da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg). “Reconhecemos que a superação desta realidade complexa excede a questão da moradia, demandando uma rede de atendimento ampliada e mais eficiente, capaz de acolher, tratar, qualificar e, finalmente, incluir essas pessoas no mercado de trabalho”, preocupa-se Galvão.

Assim como os outros diretores de instituições do município, Galvão considera fundamental integrar ações às políticas públicas. “O desenvolvimento social deve caminhar junto ao crescimento econômico que Ponta Grossa experimenta, assegurando que o comércio, a indústria e a agricultura continuem a gerar oportunidades de forma sustentável. É fundamental criarmos mecanismos que permitam um processo contínuo de recuperação da dignidade humana, culminando na inserção profissional. Um ciclo virtuoso que beneficia toda a sociedade ponta-grossense”, afirma.

Portanto, o problema público da vulnerabilidade social que as pessoas em situação de rua enfrentam em Ponta Grossa está, de fato, sob as lentes preocupadas de órgãos públicos e privados. Por meio de iniciativas da Prefeitura, por meio da Faspg, outras frentes de apoio à proteção social e dignidade surgem no município visando trazer oportunidades de mudança a estas pessoas.


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