Deputados da oposição acionaram nesta terça-feira, 24, o Ministério Público Federal (MP) e o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP).
As representações contestam a nomeação de dois maquiadores para cargos comissionados de secretário parlamentar no gabinete da congressista. As informações foram divulgadas pelo portal Metrópoles.
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No MP, o pedido é para que se abra inquérito e se apure possível prática de improbidade administrativa, com eventual pedido de devolução de valores aos cofres públicos. Já no Conselho de Ética, os parlamentares pedem investigação por quebra de decoro. A ação pode resultar em sanções que vão de advertência à perda de mandato.
O gabinete da deputada nomeou Ronaldo Hass em maio de 2025, com remuneração próxima de R$ 9,6 mil. Em junho, designou Índy Montiel, com salário de cerca de R$ 2,1 mil.


O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) apresentou a representação e afirmou que os servidores não demonstram exercer atividades compatíveis com as atribuições do cargo. Ele destaca a ausência de indícios que comprovem o cumprimento das funções previstas
“Segundo publicações dos próprios nomeados em suas redes sociais, bem como os registros fotográficos, ambos possuem como profissão a atividade de maquiadores e atuam essencialmente como maquiadores pessoais da parlamentar, incluindo eventos oficiais e particulares, como Carnaval e a cerimônia de condecoração da deputada pelo Ministério das Relações Exteriores”, diz trecho do documento.
Erika Hilton pode responder a processo disciplinar na Câmara
Conforme Bilynskyj, as informações “veiculadas demonstram evidente desvio de finalidade no uso da estrutura administrativa da Câmara, com nomeações que teriam por fim atender exclusivamente a interesses privados da parlamentar”.
O documento também indica suposto desvio de finalidade e descumprimento dos princípios previstos no artigo 37 da Constituição Federal.
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Entre os pedidos ao Conselho de Ética estão a realização de diligências no gabinete da deputada. Os deputados solicitam a requisição de folhas de frequência, relatórios de atividades e documentos sobre as atribuições dos nomeados.
Os parlamentares ainda pedem que a Secretaria-Geral da Mesa se manifeste sobre a compatibilidade das funções exercidas com o cargo de secretário parlamentar. Caso a representação avance, Erika Hilton poderá responder a processo disciplinar, com direito ao contraditório e ampla defesa. A deputada ainda não se manifestou sobre o caso.