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Erika Hilton é ‘exemplo da hipocrisia’ , diz Estadão

A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), nesta semana, precisou explicar como seus dois maquiadores foram parar na folha de pagamentos do Congresso. Ronaldo Cesar Camargo Hass e Índy Cunha Montiel da Rocha recebem, respectivamente, R$ 9,67 mil e R$ 2,12 mil da verba de gabinete a que a deputada tem direito.

As informações estão disponíveis no próprio site da Câmara dos Deputados, em que Hass e Rocha constam oficialmente como secretários parlamentares — apesar de, nas redes sociais de ambos, haver apenas a divulgação do trabalho como maquiadores. Erika Hilton aparece constantemente nas publicações, mas como cliente. 

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Ainda assim, a deputada do Psol classificou notícias sobre o assunto como “invenção” e “perseguição”. A reação, “previsivelmente indignada, não reduz o problema essencial: há um cheiro evidente de patrimonialismo”, comentou o jornal O Estado de S. Paulo, em editorial publicado nesta sexta-feira, 27. 

O caso de Erika Hilton não é exceção, uma vez que o Congresso Nacional está repleto de parlamentares com parentes e amigos na condição de assessores. 

“No entanto, a sra. Erika Hilton merece esta nota porque seu caso pode ser tomado como exemplo da hipocrisia dos que posam de campeões dos pobres e oprimidos mas não resistem às regalias proporcionadas pela atividade política”, destaca o Estadão. “Sendo a sra. Erika Hilton uma estrela do Psol, partido que se apresenta como a reserva moral da nação, a contradição fica ainda maior.”

Justificativa de Erika Hilton não convence

Em meio à polêmica, Erika Hilton tentou se justificar. A deputada escreveu no X que os dois maquiadores são, de fato, secretários parlamentares, que a assessoram em comissões e audiências e “prestam um serviço incrível”. A produção do cabelo e maquiagem, diz Erika, só acontece “quando podem”. 

No entanto, as próprias redes sociais de Hass e Rocha contradizem esse argumento. Não há nenhum registro do exercício de outra atividade profissional que não a de maquiadores. 

Mesmo se houvesse, afirma o Estadão, Erika Hilton ainda teria o dever de se explicar. Afinal, assessores são, na prática, servidores públicos e servem a um mandato, e não a uma pessoa e suas necessidades pessoais. 

A parlamentar, entretanto, reagiu com o “habitual recurso da perseguição política, adornado por uma flagrante arrogância de quem se considera acima do bem e do mal”, diz o editorial. “Não, meus amores, eu não contrato maquiador com verba de gabinete”, escreveu Erika no X, creditando a acusação a uma “revanche” de adversários supostamente atingidos por seu trabalho.

Todo deputado é obrigado a prestar contas do que faz com o dinheiro que recebe. Uma parlamentar como Erika Hilton, que exerce o mandato “com fúria vestal e com o dedo em riste contra supostos malfeitos” deveria, portanto, entender uma cobrança ainda mais pesada, diz o Estadão

Se a  deputada do Psol estiver mesmo preocupada com sua imagem, conclui o jornal, não basta contratar maquiadores como assessores. É preciso respeitar os eleitores e os contribuintes.


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