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Espanha e EUA negam suposta conspiração na Venezuela

O Ministério de Relações Exteriores da Espanha e o Departamento de Estado dos Estados Unidos negaram um suposto plano para desestabilizar a Venezuela. As declarações dos dois países foram feitas depois de a ditadura venezuelana prender três americanos, dois espanhóis e um tcheco suspeitos de envolvimento no suposto plano.

A ditadura de Nicolás Maduro confirmou as prisões e informou que 400 armas, supostamente vindas dos Estados Unidos, foram apreendidas.

“A Espanha nega e rejeita categoricamente qualquer insinuação de estar envolvida em uma operação de desestabilização política na Venezuela”, afirmou uma fonte espanhola à agência de notícias francesa Agence France-Presse.

Os EUA afirmaram, em nota, que consideram as alegações de participação da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) no suposto plano contra Maduro “categoricamente falsas”.

“Quaisquer alegações de envolvimento dos EUA em uma conspiração para derrubar Maduro são categoricamente falsas”, escreve. Os Estados Unidos continuam a apoiar uma solução democrática para a crise política na Venezuela.”

No sábado 14, o governo venezuelano denunciou um suposto plano contra Maduro e outros funcionários e deteve 14 pessoas que estariam envolvidas, entre elas três norte-americanos. Os EUA confirmaram a detenção de um militar norte-americano.

Acusações de conspiração contra EUA e Espanha e prisões na Venezuela

O ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, disse que os estrangeiros detidos estavam envolvidos em conspirações “terroristas” para “atentar contra a vida do presidente” e “desestabilizar o país” depois das eleições presidenciais de 28 de julho.

A “reeleição” do ditador Maduro foi questionada por parte da comunidade internacional.

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Cabello afirmou que dois cidadãos espanhóis, José María Basua e Andrés Martínez Adasme, foram presos em Puerto Ayacucho (Amazonas). Ele alegou que os indivíduos tinham “ligações” com o Centro Nacional de Inteligência da Espanha.

“Eles falam de participação ativa, dizem fazer parte de um contingente de mercenários do governo espanhol que, através do seu centro de inteligência, pretende atacar nosso país”, continuou o ministro venezuelano.

“Contataram mercenários franceses, mercenários da Europa de Leste e estão numa operação para tentar atacar o nosso país”, disse Cabello, ao exigir explicações de Madrid e Washington. “Todos os detidos estão confessando”, acrescentou ele.

Além dos espanhóis, Cabello anunciou a prisão de três americanos: Wilbert Josep Castañeda, um “militar ativo” dos Estados Unidos e identificado como o “chefe” do plano, Estrella David e Aaron Barren Logan.

Tensões diplomáticas entre EUA, Espanha e Venezuela aumentam

As detenções ocorrem em meio a tensões diplomáticas entre Caracas e os governos da Espanha e dos Estados Unidos. Os dois países exigem a publicação das atas eleitorais que poderiam demonstrar, de fato, quem ganhou as eleições. A ditadura de Maduro, sem apresentar as atas, o proclamou reeleito. A oposição diz que Edmundo Gonzalez Urrutia, atualmente asilado em Madri, na Espanha, venceu o pleito.

As tensões entre Madrid e Caracas aumentaram quando González chegou à Espanha para pedir asilo, depois de um mês escondido na Venezuela. A ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, se referiu ao governo de Maduro como uma “ditadura”.

Reações oficiais e sanções

Em resposta, a Venezuela chamou sua embaixadora em Madrid para consultas e convocou o embaixador espanhol em Caracas.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, reuniu-se com González Urrutia em La Moncloa, sede da Presidência espanhola.

Sánchez não reconhece a vitória de Maduro, mas também não reconhece a do rival. Em sintonia com a União Europeia, voltou a exigir a publicação das atas eleitorais.

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Sanções norte-americanas à ditadura da Venezuela

Washington, que reconhece a vitória da oposição, anunciou sanções contra 16 funcionários venezuelanos, ao incluir o presidente do Supremo Tribunal, pelo que considera a “fraude eleitoral” de 28 de julho. A Venezuela classificou as medidas como uma “agressão” ao país.

Cabello associou os supostos planos de “atacar” a Venezuela a centros de informação na Espanha, nos Estados Unidos e à líder da oposição María Corina Machado.

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