Em editorial publicado nesta quarta-feira, 30, o jornal O Estado de S. Paulo criticou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de anular as condenações do ex-ministro da Casa Civil do governo Lula José Dirceu. O Estadão classificou a medida desta terça-feira, 29, como “festim da impunidade”.
“Os ‘editores de um país inteiro’, como disse o ministro Dias Toffoli a propósito do Supremo Tribunal Federal (STF), não descansam em seu propósito de reescrever a história do Brasil”, escreveu o jornal.
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Para sustentar a tese da impunidade, o Estadão lembra dos conluios do petista Dirceu, quem chamou de “face mais notória da era de corrupção lulopetista”. Pelo mensalão e pelo petrolão, José Dirceu teve penas que, somadas, superaram os 30 anos de prisão.
Muito além da primeira instância de Sergio Moro, Dirceu teve suas condenações confirmadas por duas instâncias, que reconheceram provas documentais dos crimes.
No mensalão, pegou 10 anos de prisão; no petrolão, foi condenado a 23 anos de prisão, em condenações confirmadas por duas instâncias. Elas reconheceram as robustas provas documentais dos crimes.
Dirceu, ‘guerreiro do povo brasileiro’
No texto, o jornal brinca com o apelido de José Dirceu, “guerreiro do povo brasileiro”, e o estende aos envolvidos nos escândalos de corrupção.
“A tese do ‘conluio’ contra ‘guerreiros do povo brasileiro’, como Dirceu e seus amigos empreiteiros, é tão abstrata que atinge até processos que nada têm a ver com 13.ª Vara Federal de Curitiba”, afirmou. “Como os acordos de leniência firmados entre a J&F e o Ministério Público Federal.”
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Na crítica, o Estadão entende que Sergio Moro pode ser suspeito nos processos de Luiz Inácio Lula da Silva, mas sugere que “não se corrige um erro com outro”. A Procuradoria-Geral da República (PGR), em abril, deu parecer contrário ao pedido da defesa de Dirceu. Este mesmo pedido foi atendido por Gilmar Mendes.
“Certa vez, num dos muitos convescotes promovidos por lobistas mundo afora, uma mulher perguntou a Gilmar Mendes se ‘o crime no Brasil compensa’”, escreve o jornal na conclusão do texto. “Visivelmente constrangido, o ministro respondeu: ‘Não sei’. A resposta que está sendo exarada pela Corte agora é bem mais assertiva.”
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