Durante a acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, afirmou ter estimado o valor supostamente recebido do general Braga Netto a partir do peso da sacola de vinho. Segundo Cid, o dinheiro foi recolhido depois da reunião na casa de Braga Netto, em 12 de novembro de 2022.
“Indagado pelo advogado do réu Braga Netto, se a sacola de vinho estaria lacrada ou aberta, o réu colaborador Mauro Cid reiterou que estaria lacrada e portanto não chegou a ver o dinheiro. Ainda respondendo ao advogado do Réu Braga Netto, o réu colaborador, disse que teria calculado o valor aproximado pelo peso da sacola, mas que em momento algum ela foi aberta”, informa a ata da acareação.
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Ainda na audiência, o advogado de Braga Netto, José Luis de Oliveira Lima indagou o tenente-coronel o motivo dele não ter citado a suposta entrega do dinheiro à Polícia Federal (PF) em depoimento em 19 de novembro de 2022. O militar alegou que estava em “choque”.
“O réu colaborador disse que não se referiu à entrega do dinheiro porque estaria ainda em choque em virtude da prisão de companheiros dele, bem como o réu colaborador afirmou que a Polícia Federal deu maior ênfase à reunião ocorrida no dia 12/11 na casa do general Braga Netto”, disse a ata. “Indagado pelo advogado se não achou relevante informar à Polícia Federal sobre a questão do dinheiro, o réu colaborador reiterou que estava em choque.”
Cid diz não ter prova da entrega do dinheiro
O tenente-coronel também negou ter qualquer prova da suposta entrega do dinheiro pelo general Braga Netto. Sobre o local do encontro, o militar alegou que poderia ter ocorrido “em um dos três lugares onde transitava mais no Palácio do Alvorada”.
“Ou seja: a garagem privativa, a sala da ajudância de ordens ou o estacionamento ao lado da piscina”, informou a ata da acareação. “O réu colaborador explica que a garagem privativa e o estacionamento ao lado da piscina seriam os locais onde ele, como ajudante de ordens, recebia as autoridades.”
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Em relação ao horário do encontro para a entrega do dinheiro, Cid também não soube precisar: “O réu colaborador disse se recordar que o dinheiro foi recebido pela manhã, sem exatamente lembrar o horário, e que a entrega não foi presenciada por mais ninguém e que não possui provas materiais do recebimento do dinheiro”.
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