O estudo idealizado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) vai mapear a demanda energética vinculada à expansão da irrigação na região Oeste da Bahia. Considerado inovador, o objetivo é identificar as necessidades de energia elétrica para irrigação e estruturas agrícolas nos próximos 10 anos.
Para isso será realizada uma pesquisa que necessita da participação dos agricultores irrigantes para o levantamento preciso de dados.
Segundo a Aiba, os dados coletados serão tratados internamente e compartilhados com restrições, garantindo a integridade dos produtores.
O estudo propõe estabelecer vínculos de cooperação e junção de interesses para o bem comum com dados plausíveis de demandas energéticas e permitir a elaboração de políticas públicas que irão pleitear investimentos em novas linhas de transmissão, distribuição e subestações.
Demanda energética
De acordo com a associação, o crescimento da demanda energética no Cerrado baiano é de cerca de 20% ao ano, quando a média nacional gira em torno de 3,5%, o que demonstra a necessidade de atenção especial para essa região.
Com a falta de demanda oriunda da concessionária, muitos produtores optaram por fontes alternativas de geração de energia para implementação dos seus projetos, que exigem elevados investimentos inicial e de operação, aumentando o custo de produção.
A Neoenergia Coelba tem planos de investimento substanciais no Oeste baiano até 2027, com construção de novas subestações, ampliação de outras, linhas de alta e média tensão, com projeção de acréscimo de 616 MW de capacidade energética total.
No entanto, o levantamento prévio realizado pela equipe de estudos da Aiba, estimou-se uma demanda retraída de 1,2 GW e uma projeção para 2035 de cerca de 2,5 GW de potência tanto para irrigação, quanto para projetos de instalação de armazenamento de grãos e algodoeiras.


O estudo que está sendo desenvolvido contempla um diagnóstico completo do suprimento de energia elétrica no Oeste baiano, incluindo o levantamento de dados da rede de distribuição, a caracterização das necessidades eletro energéticas da agricultura irrigada, armazenamento de grãos e algodoeiras, além da análise de indicadores de qualidade e confiabilidade.
Para Cristina Gross, diretora financeira da Aiba, o levantamento possibilitará ter dados plausíveis de demandas energéticas e a cobrança por melhorias prometidas anteriormente, além de abastecer com precisão para elaboração de políticas públicas necessárias para pleitear, junto aos órgãos governamentais, investimentos em novas linhas de transmissão, distribuição e subestação.
“Eu vejo o estudo como uma virada de chave para o Oeste da Bahia por trazer dados técnicos concretos que permitem planejar investimentos, identificar gargalos e cobrar soluções do governo e das concessionárias. Sem energia confiável não há expansão da irrigação nem atração de novas agroindústrias. Por isso, considero esse estudo um marco para o próximo ciclo de desenvolvimento da região”, analisou a diretora financeira.
De acordo com o coordenador da pesquisa e doutor em Engenharia Elétrica, professor Afonso Henriques Moreira Santos, o estudo irá apoiar as instituições de planejamento do setor elétrico, a distribuidora e a EPE, no desenvolvimento da expansão da rede de distribuição.
“Vai evitar o crescimento errático que se deu no Oeste da Bahia, conforme pode ser visto, pela pouca capacidade de atendimento à expansão e à qualidade do fornecimento. Dessa forma, a distribuidora pode, junto com o planejamento da rede básica, ter uma visão em um prazo de 10 anos para se planejar, seja na expansão da rede, seja na melhoria da rede existente, trazendo melhores condições de fornecimento ao crescimento econômico do agronegócio”, explica o coordenador.
Os produtores rurais podem participar e acessar a pesquisa clicando aqui, para responder informações sobre consumo elétrico, área irrigada, equipamentos, entre outros.
Por fim, o estudo será apresentado ao Ministério de Minas e Energia (MME), Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), Ministério da Agricultura (MAPA), Empresa de Estudos Energéticos (EPE) e a Neoenergia Coelba.
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