Os Estados Unidos decidiram interromper o financiamento de dezenas de projetos de vacinas baseadas em RNA mensageiro (mRNA), medida que afeta imunizantes contra a covid-19 e gripe.
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O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA anunciou na terça-feira 5 o cancelamento de contratos que somam US$ 500 milhões e atingem 22 projetos de imunizantes com tecnologia de mRNA.
O secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., afirmou que a prioridade será dada vacinas consideradas mais seguras, feitas a partir de vírus inteiro e novas plataformas que, segundo ele, não falham quando os vírus sofrem mutações.
“Para substituir os programas problemáticos de mRNA, estamos priorizando o desenvolvimento de estratégias vacinais mais seguras e abrangentes, como vacinas de vírus inteiro e plataformas inovadoras que não entram em colapso quando os vírus sofrem mutações”, explicou Kennedy em vídeo publicado em suas redes sociais.
We reviewed the science, listened to the experts, and acted. BARDA is terminating 22 mRNA vaccine development investments because the data show these vaccines fail to protect effectively against upper respiratory infections like COVID and flu. We’re shifting that funding toward… pic.twitter.com/GPKbuU7ywN
— Secretary Kennedy (@SecKennedy) August 5, 2025
“Quero deixar absolutamente claro: o HHS apoia vacinas seguras e eficazes para todo americano que desejar”, disse Kennedy.
As vacinas de mRNA nos EUA
Desde que assumiu o cargo, o secretário, apoiado em pareceres de sua equipe técnica, revogou recomendação de vacina contra a covid para mulheres grávidas e crianças saudáveis. O departamento também passou a exigir um alerta de risco aumentado de miocardite e pericardite para jovens do sexo masculino vacinados contra a covid.
Nos EUA, as únicas vacinas contra a covid são da Pfizer e da Moderna, que usam tecnologia de mRNA. Agora, a nova decisão, atinge diretamente essas duas farmacêuticas, que desenvolvem projetos com essa tecnologia.
O método tradicional de vacinas exige cultivar partes do vírus, enquanto a técnica de mRNA utiliza um trecho de código genético para estimular o corpo a produzir a proteína-alvo, desencadeando a resposta imunológica.
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A Moderna, por exemplo, aposta que a abordagem pode acelerar a fabricação de vacinas contra a gripe, ainda sem aprovação para essa finalidade.
O Departamento de Saúde informou que a mudança representa “uma alteração nas prioridades de desenvolvimento vacinal” e que irá “investir em soluções melhores”, sem detalhar quais tecnologias substituirão o mRNA. No comunicado de terça-feira 5, o órgão esclareceu que outras aplicações da tecnologia dentro do departamento não serão afetadas pela decisão.
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