O Departamento de Estado dos Estados Unidos incluiu o Brasil, e especialmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu relatório anual de Direitos Humanos divulgado nesta terça-feira, 12.
O texto afirma que declarações do petista, ao comparar a operação militar de Israel na Faixa de Gaza ao genocídio nazista, ocorreram em um contexto de aumento expressivo de casos de antissemitismo no país.
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Em fevereiro de 2024, durante viagem oficial à Etiópia, Lula afirmou: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio”. Em seguida, associou o cenário ao período “quando Hitler decidiu matar judeus”.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) reagiu imediatamente. Em nota, a entidade classificou a comparação como infundada e acusou o governo de adotar “postura extrema e desequilibrada” diante do conflito no Oriente Médio.
O relatório norte-americano reproduziu ainda o trecho em que a Conib diz que o presidente equiparou o Holocausto à defesa do Estado de Israel contra o grupo terrorista Hamas.


Além disso, o texto cita números da Conib e da Federação Israelita do Estado de São Paulo para registrar 886 episódios de antissemitismo no Brasil em 2024, seis vezes mais que no mesmo período de 2023. O aumento teria ocorrido depois dos ataques do grupo terrorista Hamas e a escalada do conflito.
O relatório também lembra a “Operação Overlord”, deflagrada em outubro pelo Ministério Público de Santa Catarina, que prendeu quatro suspeitos de integrar uma organização neonazista.
EUA acusam Moraes de restringir a liberdade de expressão no Brasil
Comparado ao documento anterior, o novo relatório adotou críticas mais duras à situação dos direitos humanos no Brasil. Um dos trechos acusa o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de restringir a liberdade de expressão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Como resultado, Moraes tornou-se o primeiro brasileiro a ser punido pela Lei Magnitsky. A norma autoriza sanções a estrangeiros acusados de envolvimento em corrupção ou violação de direitos humanos. Desde 2017, os EUA aplicaram mais de 670 penalidades em todo o mundo.