O governo dos EUA não participou da conferência das Nações Unidas destinada a debater a criação de um Estado palestino porque a iniciativa favorece interesses do Hamas, grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza, e prejudica negociações pela paz. O evento, realizado nesta segunda-feira, 28, reuniu dezenas de ministros na sede da ONU e foi organizado por França e Arábia Saudita.
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Em nota oficial, a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, criticou o encontro ao dizer que “trata-se de um golpe publicitário que ocorre em meio a delicados esforços diplomáticos para pôr fim ao conflito”. “Longe de promover a paz, a conferência prolongará a guerra, encorajará o Hamas e recompensará sua obstrução, minando os esforços reais para alcançar a paz”, afirmou Bruce, porta-voz do do Departamento de Estado dos EUA.
Reação dos EUA e críticas ao Hamas
A porta-voz também ressaltou a posição do secretário de Estado, Marco Rubio, que na semana anterior classificou a conferência como ofensiva às vítimas dos ataques de 7 de outubro de 2023. Nessa data, os terroristas do Hamas mataram 1,2 mil pessoas em Israel, a maioria civis, e sequestraram 250.
“Como o secretário Rubio deixou claro, esse esforço é um tapa na cara das vítimas de 7 de outubro e uma recompensa para o terrorismo. Mantém reféns presos em túneis. Os Estados Unidos não participarão deste insulto, mas continuarão a liderar esforços concretos para pôr fim aos conflitos e alcançar uma paz permanente”, disse.
No mesmo comunicado, a porta-voz reforçou que Washington segue comprometido com negociações diplomáticas efetivas no Oriente Médio, mas vai evitar “conferências encenadas, projetadas para fabricar uma aparente relevância”. “Os Estados Unidos não participarão deste insulto, mas continuarão a liderar esforços concretos para pôr fim aos conflitos e alcançar uma paz permanente. Nosso foco continua sendo a diplomacia séria: não conferências encenadas, projetadas para fabricar a aparência de relevância.”


A nota também critica também lembra que o Hamas aplaudiu a declaração pública do presidente da França, Emmanuel Macron, de que seu governo pretende reconhecer o Estado Palestino. “Isso reflete um padrão de gestos contraproducentes que apenas encoraja o Hamas, incentiva sua obstrução ao cessar-fogo e prejudica enormemente nossos esforços diplomáticos para acabar com o sofrimento em Gaza, libertar os reféns e conduzir todo o Oriente Médio em direção a um futuro mais brilhante e próspero”, diz a nota.
A posição de Macron
Na semana passada, Donald Trump voltou a criticar Emmanuel Macron, um dos principais articuladores da conferência, afirmando que reconhecer um Estado palestino seria interpretado como “vitória” para o Hamas, sem trazer avanços reais para o Oriente Médio.
Na sexta-feira 25, Trump minimizou a declaração de Macron sobre o reconhecimento do Estado palestino. “Ele fez uma declaração. A declaração dele não tem peso. Ele é muito bom. Gosto dele, mas essa declaração não me convence.”
Antes disso, o embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, reagiu à declaração de Macron com ironia. “A ‘declaração’ unilateral de Macron de um Estado “palestino” não dizia ONDE ele seria. Agora posso revelar com exclusividade que a França oferecerá a Riviera Francesa e que a nova nação se chamará ‘Franc-en-Stine’”, escreveu Huckabee.
Macron’s unilateral “declaration” of a “Palestinian” state didn’t say WHERE it would be. I can now exclusively disclose that France will offer the French Riviera & the new nation will be called “Franc-en-Stine.”https://t.co/zCZR0Fj9tc
— Ambassador Mike Huckabee (@GovMikeHuckabee) July 25, 2025