O eurodeputado Gheorghe Piperea, da direita romena, conseguiu reunir o número mínimo de assinaturas para apresentar uma moção de censura contra a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e seus comissários.
O Parlamento Europeu deve discutir o documento durante a sessão de 10 de julho, em Estrasburgo, na França. A decisão pode resultar em uma votação de desconfiança contra a atual liderança da Comissão.
A iniciativa exige pelo menos 72 assinaturas para ser registrada, o equivalente a 1/10 dos parlamentares do bloco. Como resultado, Piperea angariou 73 apoiadores, superando o mínimo necessário. Se algum dos signatários recuar antes da votação e o número cair abaixo do limite, o processo será automaticamente encerrado.
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O principal alvo das críticas é a conduta de von der Leyen durante a pandemia da Covid-19, especialmente sua troca de mensagens privadas com o CEO da Pfizer, Albert Bourla.
Segundo o jornal The New York Times, a comunicação direta entre os dois teve papel decisivo na negociação bilionária das vacinas da União Europeia.
O jornal tentou obter acesso a essas mensagens. No entanto, a Comissão recusou. A Justiça europeia, portanto, anulou essa decisão recentemente, reforçando o argumento dos críticos sobre falta de transparência.


Além disso, Piperea acusou a Comissão de interferir na eleição presidencial da Romênia. Ele afirma que a cúpula europeia favoreceu o candidato pró-UE Nicusor Dan, que venceu o nacionalista George Simion.
Mesmo assim, o grupo político de Piperea, Conservadores e Reformistas Europeus, não endossou oficialmente a iniciativa. Um porta-voz declarou que a moção “não é uma ação do grupo”.
Maioria qualificada é exigida para destituir a Comissão
Para que a moção prospere, será necessário o apoio de pelo menos dois terços dos votos expressos, além de representar a maioria absoluta dos 720 deputados do Parlamento Europeu. O debate está previsto para o dia 8 de julho, com votação dois dias depois.
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Embora von der Leyen continue à frente da Comissão depois das eleições de 2024, muitos dos atuais comissários não participaram da gestão da pandemia. Esse fator pode pesar na avaliação de parte dos eurodeputados na hora da votação.