O general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), descartou a participação do ex-assessor especial da Presidência Filipe Martins em reunião classificada como crucial diante das investigações sobre o suposto golpe de Estado.
Nogueira informou com detalhes quem eram os presentes no encontro. E descartou a presença de Martins.
O ex-ministro também se desculpou pelas palavras que teria proferido durante a audiência com integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, realizada em 5 de julho de 2022. Ele teria afirmado que o sistema eleitoral vigente configurava “um ataque à democracia”.
Paulo Sérgio Nogueira e Alexandre de Moraes
Diante do ministro Alexandre de Moraes, relator no STF do suposto golpe, o general comentou o assunto. E pediu desculpas pelas expressões usadas na ocasião.
“Inicialmente, eu queria me desculpar por ter feito essas colocações naquele dia”, iniciou Paulo Sérgio Nogueira. “Vinha do Exército Brasileiro, depois de anos de serviço. Infelizmente, [a saída da ativa] coincide com essa reunião em que trato com palavras inadequadas o trabalho do TSE [Tribunal Superior Eleitoral].”
Nogueira ocupava o cargo de ministro da Defesa no governo de Bolsonaro. O militar participava, junto com outras autoridades, das discussões sobre o processo eleitoral e a atuação das Forças Armadas como observadoras do sistema de votação.
A reunião em que o general fez as declarações ocorreu, por sua vez, em meio às discussões sobre o acesso aos códigos-fonte das urnas eletrônicas, bem como sobre a atuação dos militares nas comissões de transparência eleitoral.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
O general afirmou que não teve a intenção de desqualificar o trabalho do TSE. Além disso, disse que reconhece o excesso no tom adotado durante a reunião. “Quando vejo o vídeo, não acredito.”
Bolsonaro isenta Filipe Martins
O ex-presidente Jair Bolsonaro também isentou Filipe Martins da suposta trama golpista, nesta terça-feira, 10.
Bolsonaro foi interrogado, no STF, por suposta tentativa de ruptura institucional.
Moraes interpelou Bolsonaro, no entanto, questionando se o então assessor da Presidência, acompanhado de um advogado, apresentou a “minuta do golpe” ou documentos que propunham a violação da ordem democrática, em algum momento.
Bolsonaro, contudo, disse que Martins esteve no Palácio da Alvorada em várias ocasiões. No entanto, os encontros eram para tratar de outros assuntos. “Para tratar de minuta, nunca.”
