Karen Kobilarz é conselheira na área de Turismo –
A conselheira da área de Turismo do Grupo aRede, Karen Kobilarz, destaca a necessidade de Ponta Grossa em melhorar seu crescimento sustentável. Para ela, os avanços em pavimentação – leia a reportagem aqui – são importantes, porém, devem ser acompanhados de projetos de arborização e de impermeabilização do solo, por exemplo. Por fim, Karen lembra que “o futuro da cidade depende do equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação”.
Confira abaixo a opinião na íntegra da Karen, bacharel em Turismo, especialista em políticas públicas e gestão empresarial, consultora do Sebrae e Senar PR, além de gestora executiva da Adetur Campos Gerais:
“A pavimentação urbana é um dos pilares do desenvolvimento e da qualidade de vida, e em Ponta Grossa isso se evidencia a cada novo bairro que recebe asfalto. Ruas pavimentadas garantem mobilidade, segurança e conforto, além de valorizarem os imóveis e facilitarem o acesso aos serviços públicos, ao comércio e às áreas industriais. Nos últimos anos, o avanço da pavimentação tem transformado a paisagem urbana ponta-grossense, atendendo a uma demanda histórica dos moradores por infraestrutura básica.
No entanto, o crescimento acelerado da malha asfaltada traz consigo um desafio ambiental cada vez mais urgente: a impermeabilização do solo. Ponta Grossa, cidade marcada por relevos acidentados e pela presença de mananciais importantes, como o rio Pitangui, tem sentido os efeitos da falta de áreas permeáveis. A substituição de solos naturais e gramados por asfalto e concreto reduz a infiltração da água da chuva, provocando alagamentos, erosões e sobrecarga nas galerias pluviais, especialmente em bairros com drenagem precária.
Outro reflexo preocupante é o impacto sobre o microclima urbano. A redução de áreas verdes e o excesso de superfícies impermeáveis intensificam o efeito de ilha de calor, elevando as temperaturas em regiões densamente construídas. Além disso, a menor infiltração compromete a recarga dos lençóis freáticos e a manutenção de nascentes – fator crítico para uma cidade que depende de mananciais para abastecimento público e equilíbrio ambiental.
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Assista à opinião da conselheira de Turismo | Autor: Lucas Veloso/aRede.
Para enfrentar esses desafios, é essencial que a pavimentação em Ponta Grossa seja pensada de forma sustentável. Há soluções de baixo custo e alta eficiência que podem ser incorporadas tanto pelo poder público quanto pelos moradores. O uso de pavimentos permeáveis, calçadas ecológicas e jardins de chuva são alternativas viáveis para permitir o escoamento e a infiltração da água. Em ruas de declive, valetas verdes e bacias de contenção podem reduzir o volume de enxurradas e minimizar danos à pavimentação.
Os governantes municipais têm papel decisivo nesse processo. É fundamental que os projetos de pavimentação incluam sistemas de drenagem sustentáveis e prevejam a manutenção de áreas permeáveis nos bairros. A revisão do Plano Diretor e da legislação de uso do solo pode garantir exigências mínimas de permeabilidade em novos loteamentos e estimular o uso de tecnologias ambientais nos contratos públicos de obras viárias. Além disso, programas de incentivo à arborização e à drenagem natural podem complementar a infraestrutura cinza com soluções baseadas na natureza.
Por sua vez, os moradores também podem contribuir: manter calçadas parcialmente permeáveis, evitar o cimentar total dos quintais e plantar árvores ou pequenas áreas verdes nas frentes das casas são ações simples que somam grandes benefícios coletivos.
Em síntese, Ponta Grossa vive um momento de expansão urbana que precisa ser acompanhado por responsabilidade ambiental. A pavimentação é fundamental para o progresso, mas deve caminhar lado a lado com práticas sustentáveis. O futuro da cidade depende do equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação – garantindo conforto, segurança e qualidade de vida sem comprometer os recursos naturais que sustentam a região dos Campos Gerais“.
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