As exportações brasileiras de milho registraram avanço em setembro, com resultados semelhantes aos do mesmo período do ano passado.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que a demanda interna por carnes e etanol também impulsionou o crescimento das importações do cereal.
Segundo o diretor do Canal Rural Sul, Giovani Ferreira, nas duas primeiras semanas de setembro foram exportados mais milho do que soja: 3 milhões de toneladas de milho contra 2,7 milhões de toneladas de soja. “Esse movimento é natural, o milho está ‘tirando o atraso’ dos últimos meses, quando a soja predominou”, ressalta.
De acordo com ele, entre os períodos de janeiro a setembro dos últimos cinco anos (2021 a 2024), e parcialmente até setembro de 2025, o Brasil exportou 18,8 milhões de toneladas de milho, enquanto no mesmo período do ano passado foram 24,3 milhões de toneladas. Os resultados podem chegar próximo do número alcançado em 2024 quando setembro fechar.
O destaque, segundo Ferreira, são as importações, afinal, foram compradas mais de 1 milhão de toneladas em 2025, acima dos últimos dois anos, quando o volume registrado foi de 790 mil toneladas em 2023 e 880 mil toneladas em 2024. “Podemos chegar próximo das 1,74 milhão de toneladas de 2022”, destaca.
De acordo com o diretor, o crescimento da produção é um fator determinante. A safra atual atinge cerca de 140 milhões de toneladas nas duas temporadas, um aumento de mais de 50 milhões de toneladas em 10 anos, considerando que há uma década a produção brasileira era de 85 milhões de toneladas.
“Nesse período, a demanda também cresceu, inicialmente para a produção de carnes, que consumia boa parte do milho produzido”, explica.
Novas demandas para o milho
Segundo o Ferreira, nos últimos anos, novas demandas surgiram. A exportação se tornou um importante destino do cereal, assim como a produção de etanol de milho, que atualmente consome cerca de 30 milhões de toneladas.
“Em 2024, exportamos 55 milhões de toneladas; no ano passado, esse volume caiu para 39 milhões. A produção de etanol também cresceu com a expansão das usinas de milho”, afirma.
De acordo com Ferreira, no porto de Paranaguá, no Sul, a exportação cresceu de 500 mil para mais de 2 milhões de toneladas. O milho do Centro-Oeste é majoritariamente destinado ao etanol e ao mercado doméstico, enquanto o excedente do Sul vai para exportação.
“O mercado é livre e competitivo. A demanda interna cresce, e quem pagar mais, leva”, completa.