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Expulsão de Léo Jardim contra o Inter divide ex-goleiros

A polêmica expulsão do goleiro Léo Jardim, do Vasco, no empate com o Internacional, continua dando o que falar. A ESPN conversou com dois ex-goleiros com muitos anos de futebol brasileiro. Jefferson, ídolo do Botafogo e ex-seleção brasileira, e Magrão, lenda do Sport, opinaram sobre o lance ocorrido aos 40 minutos do segundo tempo, quando o árbitro Flávio Rodrigues de Souza entendeu que o camisa 1 cruzmaltino simulava uma lesão para fazer cera e aplicou o segundo cartão amarelo.

Na sequência da expulsão, o Inter empatou a partida com gol de Carbonero, gerando revolta no clube carioca e muitas discussões sobre os limites da arbitragem.

Para Magrão, embora o comportamento seja comum entre goleiros, a atitude de Léo Jardim merecia punição.

“É complicado, porque acredito que 95% dos goleiros já fizeram isso, e não acabaram sendo expulsos. Mas, para mim, foi uma expulsão correta, até pelo fato de prejudicar a equipe que está perdendo”, afirmou o ex-goleiro do Sport.

Segundo ele, a prática de retardar o jogo é cultural no futebol brasileiro — algo que, em sua visão, precisa de mais controle da arbitragem: “Isso daí não é de agora. Eu, na época em que jogava, já fiz muita cera. É uma coisa cultural. Quando o time está sofrendo pressão, o goleiro tenta esfriar o jogo, cai no chão, chama atendimento. Às vezes até por orientação do treinador ou de um companheiro.”

Magrão também defende que novas regras sejam criadas para lidar com esse tipo de situação.

“Assim como foi feita aquela regra dos seis segundos com a bola na mão, poderia haver algo semelhante para esse tipo de cera. É difícil, claro, porque o juiz não é médico. Mas existem casos em que o goleiro claramente não tem nada e está apenas retardando o jogo.”

Por outro lado, Jefferson entende que o árbitro se precipitou ao expulsar Léo Jardim, considerando que o goleiro poderia estar de fato lesionado.

“Acho que foi equivocada. O árbitro não tem um diagnóstico preciso para saber se o goleiro está ou não sentindo dor. O máximo que ele poderia fazer era dar mais acréscimos. Para mim, foi uma decisão precipitada”, analisou o ex-goleiro do Botafogo.

Jefferson argumenta que a expulsão, nesses moldes, pode criar uma situação perigosa para os jogadores:

“Já joguei sem poder bater tiro de meta. Muitas vezes o goleiro joga no sacrifício. Se um goleiro cair sentindo dor e ficar com medo de chamar atendimento por receio de ser expulso, pode acabar agravando uma lesão.”

Embora reconheça que a cera existe e que árbitros precisam estar atentos, ele alerta para os riscos de se tomar decisões com base apenas na interpretação.

“O árbitro pode aplicar o amarelo por atraso, por segurar demais a bola, ir buscar a bola longe… Mas expulsar por um pedido de atendimento? Isso vai confundir. Se o goleiro faz um exame no dia seguinte e tem uma lesão, como fica? Não dá pra generalizar a partir de um lance isolado.”

Apesar das opiniões distintas sobre a expulsão, ambos os ex-goleiros concordam que a prática da cera ainda é uma realidade do futebol e que os árbitros devem buscar equilíbrio entre coibir o antijogo e preservar a integridade física dos atletas.

“Se não houver um critério mais firme, isso vai continuar. E aí, quando um árbitro resolve aplicar o que está na regra, como agora, vira polêmica. Mas talvez seja o caminho para acabar com tanta paralisação desnecessária”, encerrou Magrão.

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