A Força Aérea Brasileira (FAB) impôs sigilo de cinco anos sobre os custos da operação que trouxe a ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia ao Brasil. Ela desembarcou em Brasília no dia 16 de abril, depois de receber asilo diplomático do governo brasileiro.
Heredia foi condenada por corrupção pela Justiça peruana. A FAB usou uma aeronave E-135 Shuttle (VC-99C), com capacidade para 14 passageiros e seis militares na tripulação. O valor das diárias pagas aos tripulantes foi de R$ 7,5 mil.


No dia seguinte à chegada da ex-primeira-dama, o portal Metrópoles questionou a FAB sobre os custos do voo por meio da Lei de Acesso à Informação. De acordo com o veículo, a instituição afirmou que os dados são restritos por serem “essenciais para os planos e as operações estratégicos das Forças Armadas”.
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No começo de junho, o Comando da Aeronáutica, chefiado pelo tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, confirmou a restrição de acesso. Segundo a FAB, a informação está protegida por dispositivos da Lei nº 12.527/2011, que permite o sigilo de informações estratégicas por até cinco anos.
Voo da FAB para trazer ex-primeira-dama ocorreu por “razões humanitárias”
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que o uso da aeronave da FAB se justificou por razões humanitárias. “Era a única forma que havia de retirá-la com segurança e rapidez do país”, afirmou. O governo peruano autorizou a operação.
Nadine Heredia, que é casada com o ex-presidente do Peru Ollanta Humala, alega perseguição política. Ambos foram condenados em abril a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro na eleição de 2011, em processo que envolve a Odebrecht e o governo da Venezuela.
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Por outro lado, o Itamaraty recusou pagar pelo translado do corpo da brasileira Juliana Marins, morta em um acidente em trilha na Indonésia. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a assistência consular não cobre despesas com sepultamento ou transporte de corpos.


A justificativa oficial foi de que o decreto nº 9.199/2017 veda esse tipo de gasto, salvo em casos médicos específicos ou de urgência humanitária.