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Fake news na grande mídia impacta 3 vezes mais do que na rede

Uma pesquisa nacional realizada pelo Instituto Ibespe revelou que uma fake news veiculada pela grande mídia — TV, rádio, jornais, revistas e portais de notícias — tem um impacto potencial três vezes maior do que se a divulgação ocorrer nas redes sociais.

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O dado surge da aplicação de um índice técnico chamado IPD, ou Impacto Potencial de Desinformação. Ele combina alcance do canal de informação e grau de confiança atribuído pelo público.

Segundo o estudo, 99,3% da população brasileira se informa pela grande mídia, enquanto 42,6% usam as redes sociais para esse fim. Mesmo com um grau de confiança moderado, o alcance massivo dos veículos tradicionais gera um IPD de 556,08 pontos, contra 178,92 pontos das redes sociais.

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“Esses dados mostram que o maior risco de desinformação não está onde geralmente apontam os holofotes”, afirmou o cientista político e CEO do Ibespe, Marcelo Di Giuseppe. “Uma mentira dita no jornal das 20h, ainda que com desconfiança, atinge quase toda a população ao mesmo tempo. Seu impacto é imediato e profundo.”

O discurso sobre fake news na mídia tradicional e nas redes

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Google, X e Meta são alguns exemplos das chamadas big techs | Ilustração: Revista Oeste/Shutterstock

Di Giuseppe destaca que o discurso público sobre fake news se concentra nas redes sociais. Assim, ignora a capacidade da mídia tradicional de disseminar erros, distorções ou manipulações que se travestem de informação confiável.

“A narrativa dominante culpa os algoritmos das redes, mas esquece que a TV ainda dita o tom da conversa nacional”, alertou Di Giuseppe. “Uma manchete mal formulada ou um dado tirado de contexto em rede nacional tem força para influenciar eleições, afetar reputações e moldar políticas públicas.”

Leia também: “Isto é real?”, reportagem de Dagomir Marquezi publicada na Edição 278 da Revista Oeste

O índice IPD, instituído pelo próprio instituto, propõe uma nova forma de avaliar o risco de desinformação. Ele considera o conteúdo da informação, quem a transmite e o quanto o público confia nessa fonte.

“A democracia não morre apenas pela censura ou pelo silêncio”, concluiu Di Giuseppe. “Muitas vezes, ela morre de overdose de meias verdades, repetidas com credibilidade institucional.”

Leia mais: “A desativação da democracia”, artigo de Roberto Motta publicado na Edição 278 da Revista Oeste

Conforme o Ibespe, a pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 3 de julho de 2025, com abrangência nacional. Ela utilizou metodologia quantitativa por amostragem probabilística. A margem de erro é de 2,8 pontos porcentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

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