O Palmeiras enfrentará a LDU em Quito, no Equador, às 21h30 (de Brasília) da próxima quinta-feira (23), pelo jogo de ida das semifinais da CONMEBOL Libertadores, no estádio Rodrigo Paz Delgado, que fica a 2.850 metros acima ao nível do mar. Atuar na casa da equipe equatoriana é sempre um desafio para os clubes brasileiros, que costumam reclamar dos efeitos da altitude. O Alviverde já passou por isso em 2009, e não se deu bem: perdeu por 3 a 2.
A ESPN conversou com três atletas que estavam em campo naquela partida, válida pela primeira rodada da fase de grupos. Os relatos chamam atenção — até subir uma escada pareceu difícil. Quem relembrou o episódio foi o ex-atacante Keirrison.
“A primeira coisa que nós estranhamos [em Quito] foi quando chegamos no hotel e tivemos que subir uma escada para acessar o restaurante. Ali percebemos que teríamos dificuldade com o ar. Subindo uma pequena escada todos os atletas sentiram uma coisa estranha, parecia que o ar não vinha, que estávamos perdendo a respiração. Depois de um ou dos dias de treinamento, percebemos que o ar ficou mais difícil ainda”, contou.
“Jogar na altitude realmente é uma das maiores dificuldades que tem para um atleta. Quem um dia tiver oportunidade de pelo menos viajar para passear vai sentir pelo menos um pouco o que é a altitude. Realmente, na experiência contra a LDU, percebemos a dificuldade de ter o ar, de respirar. Principalmente no nosso trabalho de alta performance, que precisa do ar, cria essa dificuldade no jogo”, completou.
A dificuldade para respirar não a única dificuldade relatada. O atacante Willians, que fez um dos gols da equipe na derrota, citou também as diferenças no tempo de bola.
“É muito diferente jogar na altitude. A bola fica mais rápida, você corre e na hora de procurar o ar para respirar tem dificuldade”, relatou, afirmando que o clube levou cilindros de oxigênio para o vestiário.
Outro atleta que contou os “perrengues” que enfrentou naquele jogo foi o ex-zagueiro Maurício Ramos. O ex-defensor também colocou as “comidas diferentes” do Equador como um dos problemas.
“Tivemos dificuldade para respirar, a bola era mais viva, mais rápida, até adaptação do gramado mesmo. Dava um tapa na bola e ela ia mais rápida, mais forte”, iniciou.
“Foi muito difícil também pelo aspecto da pressão do torcedor. É um time que em seu estádio é muito agudo, não desistia. Até você se adaptar aos primeiros 20 minutos da partida, por se tornar um movimento mais rápido que teria que fazer, calcular tempo de bola, muito difícil”, seguiu
“Treinamos um dia, na véspera do jogo, e não treinamos no estádio deles, foi em um campo cedido para nós. A preparação foi de dois ou três dias. No primeiro foi muito difícil por conta da altitude para respirar, país novo, comidas diferentes, claro que tínhamos nosso cardápio, mas foi difícil principalmente pela respiração. No pré-jogo já sentimos a dificuldade”, concluiu.
A estratégia, segundo Keirrison, era tentar ter mais posse de bola para precisar correr menos, mas o Palmeiras não conseguiu estar ganhando em nenhum momento.
A LDU saiu à frente, aos 23 minutos do primeiro tempo, e Willians, aos 28, deixou tudo igual. Os equatorianos voltaram a ter a vantagem pouco depois, aos 34, até Edmílson empatar novamente, já aos dois minutos da etapa final. Mas os donos da casa fizeram o terceiro gol, aos 13, e ficaram com a vitória.
“Conseguimos jogar o jogo inteiro, mas com dificuldade de respiração. Acho que hoje o Palmeiras está mais preparado com questão de oxigênio, suplementação diferente, para sentir menos”, avaliou Maurício Ramos.
“Creio que o Palmeiras está todo estruturado. Visitei o CT recentemente, fiquei feliz e contente de conhecer o espaço novo, mudou um pouco da minha época. Fiquei feliz com a estrutura, a profissionalização, os equipamentos à disposição. O time está muito preparado para enfrentar o desafio da altitude. O ar não tem como mudar, a altitude está ali, mas vão conseguir enfrentar da melhor forma possível para trazer o resultado positivo”, disse Keirrison.
Onde assistir a LDU x Palmeiras
O jogo entre LDU e Palmeiras, no Equador, será disputado às 21h30 (de Brasília) de quinta-feira (23), pelo confronto de ida das semifinais da Libertadores, e terá transmissão ao vivo do Disney+.
*Com colaboração de Gabriel Soria e Nathalia Perez