
A suinocultura é mais do que uma atividade econômica para a família Schoffen. Ela é herança, identidade e caminho para o futuro. No município de Harmonia, no Rio Grande do Sul, três gerações já se dedicaram à criação de suínos, unindo esforço, persistência e valores familiares que atravessam o tempo.
Tudo começou com o avô de André Schoffen, que criava suínos de forma independente. Em 1995, seu pai iniciou a atividade de forma profissional, com o primeiro galpão construído com apoio da prefeitura e adesão ao sistema de integração. Hoje, André segue à frente da produção com cinco galpões e 3.500 animais alojados, e com os filhos já aprendendo o valor do trabalho no campo.
“Desde pequeno ajudo na lida. É algo que está no sangue. Acordamos cedo, tomamos nosso chimarrão e vamos para o galpão ver se os animais estão bem. É uma rotina que envolve cuidado, dedicação e amor pela atividade”, conta André.
Do início desafiador ao reconhecimento técnico
Em 2008, já casado com Ângela, André decidiu investir no seu primeiro galpão. No começo, o casal enfrentou dificuldades financeiras, altas prestações e a necessidade de conciliar a granja com empregos fora da propriedade. Com apoio mútuo e trabalho em equipe, venceram os obstáculos e expandiram a produção.
A evolução da granja veio acompanhada de conquistas. Em 2024, a família conquistou o primeiro lugar no prêmio da SuperAgro na categoria de melhor conversão alimentar da integradora JBS/Seara. O resultado foi fruto de manejo eficiente, atenção ao bem-estar dos animais e uma gestão técnica organizada.
“A empresa valoriza esse desempenho. Temos uma rotina bem definida, sabemos o que observar, quando intervir. Isso faz diferença”, destaca Ângela, que hoje atua integralmente na granja.
A suinocultura representa o sustento da família, mas também algo maior: uma missão. “A gente se orgulha de alimentar o mundo com carne de qualidade. É uma sensação boa ver o resultado do nosso trabalho e saber de onde viemos”, diz André.
A família valoriza a convivência, o aprendizado passado entre gerações e o desejo de manter os filhos próximos do campo. “Eles têm interesse. O Matheus tem 12 anos, o Miguel tem 9. A gente torce para que continuem. Mas o mais importante é que escolham com liberdade”, afirma.
Com espírito empreendedor, os Schoffen pensam em ampliar ainda mais a estrutura. “Queremos investir, crescer com responsabilidade e manter esse legado vivo. Não é só negócio. É parte da nossa história”, reforça.
Exemplo de união e valorização da atividade
Para a integradora JBS, a família representa o modelo de suinocultura que o Brasil precisa fortalecer: comprometida com resultados, com as pessoas e com a atividade. “É uma família unida, que busca crescer com planejamento. É gratificante acompanhar três gerações trabalhando com tanto empenho”, afirma o técnico responsável.
O município de Harmonia reconhece na suinocultura uma importante base econômica. Segundo André, a atividade garante renda para dezenas de famílias e contribui com a arrecadação local. “Aqui não temos grandes propriedades, mas cada família consegue viver bem com a produção suinícola. E o município sempre apoiou”, ressalta.
Mais do que números ou premiações, o que sustenta a família é o orgulho de fazer parte de algo maior.
“A gente levanta todo dia sabendo que tem um propósito. Gosto de cuidar dos animais, gosto de estar aqui. E se os filhos quiserem seguir, vão ter onde continuar. Isso é o mais importante”, diz André.


