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faturamento das pequenas e médias empresas recua pelo segundo mês seguido no Brasil

O faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras registrou queda na economia de 2,1% em maio, na comparação com o mesmo período de 2024. O dado consta no Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), divulgado na terça-feira 18. Esse é o segundo recuo consecutivo, depois da retração de 4,9% registrada em abril.

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O levantamento reflete o enfraquecimento dos setores de serviços e indústria. A análise dessazonalizada também confirma a tendência negativa, com redução de 1,3% em relação a abril. O índice, que havia mostrado crescimento médio de 0,8% entre fevereiro e abril, voltou a indicar perda de ritmo.

No setor de serviços, as PMEs enfrentaram um tombo de 3% em maio. O desempenho fraco se espalhou por diversas atividades, principalmente agências de viagem, educação e alimentação. Áreas como saúde e comunicação conseguiram amenizar parte das perdas, mas não foram suficientes para sustentar o setor.

A indústria vive um cenário ainda mais crítico. O segmento acumula sete meses consecutivos de retração. Na comparação anual, a queda chegou a 3,8%. Entre os 23 subsetores da indústria de transformação, 12 tiveram desempenho negativo. Os piores resultados ocorreram nos segmentos de alimentos, bebidas e produtos de madeira. Por outro lado, empresas de produtos químicos e papel conseguiram crescer, o que revela um cenário heterogêneo.

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O comércio foi o único setor da economia que apresentou recuperação

O comércio foi o único setor que apresentou recuperação. Impulsionado pelas vendas do dia das mães, o varejo avançou 3,6% em maio. No acumulado do mês, o comércio como um todo cresceu 2,4%, revertendo a leve queda de 0,5% registrada em abril. Itens como joias e artigos de óptica puxaram o movimento. O atacado, no entanto, ficou praticamente estável, com leve recuo de 0,3%.

A área de infraestrutura também teve desempenho positivo, com alta de 1,9%, principalmente por conta dos setores de eletricidade e gestão de resíduos. A construção civil, porém, não acompanhou esse movimento e recuou 7,4%, refletindo os entraves do ambiente macroeconômico.

Segundo Felipe Beraldi, economista da Omie, o cenário permanece desafiador. Ele aponta que os pequenos empresários continuam pressionados pela combinação de custos elevados, juros altos e consumo mais fraco. “Os pequenos empreendedores enfrentam dificuldades não apenas para alavancar suas vendas, mas também lidam com o aumento das pressões de custo, o que torna a recuperação ainda mais complexa”, disse.

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A inflação acumulada pelo IGP-M em 12 meses — que chegou a 7% até maio — contrasta com a deflação de 0,34% observada no mesmo período de 2024. A mudança evidencia uma deterioração do cenário econômico para os pequenos negócios.

Apesar do quadro negativo, Beraldi enxerga sinais moderados de alívio. A taxa de desemprego segue baixa, os rendimentos reais mostram crescimento e a inflação começa a dar sinais de desaceleração.

O Índice Omie acompanha o desempenho econômico de mais de 170 mil pequenas e médias empresas no Brasil, com faturamento de até R$ 50 milhões anuais. A metodologia analisa movimentações financeiras de 736 atividades econômicas, descontando os efeitos da inflação.

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