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Federal Reserve mantém juros nos EUA e indica cortes

O Federal Reserve (Fed), sistema de bancos centrais dos Estados Unidos, manteve nesta quarta-feira, 18, a taxa básica de juros no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano. O portal g1 divulgou as informações.

A decisão, unânime entre os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto, ocorreu pela quarta vez consecutiva. O mercado já esperava a manutenção, em meio às incertezas que rondam a maior economia do mundo.

A instituição indicou que projeta dois cortes nos juros ainda em 2025, somando 0,50 ponto percentual de redução. A decisão mantém a cautela diante de um cenário complexo, marcado pelas tensões comerciais entre os EUA e a China e pelos impactos da política tarifária do governo norte-americano.

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Jerome Powell, presidente da instituição financeira, reforça que o momento é de prudência: “Por enquanto, estamos bem posicionados para esperar e obter mais informações sobre a provável trajetória da economia antes de considerar qualquer ajuste em nossa política monetária”

O Fed destaca que as incertezas diminuíram desde o último encontro, mas seguem em nível elevado. A inflação, medida pelo índice de preços ao consumidor, acumula alta de 2,4% em 12 meses, acima da meta de 2% da autoridade monetária. O desemprego continua baixo e o mercado de trabalho se mantém firme, segundo o comitê.

Impactos no Brasil e no mercado global

As taxas elevadas nos EUA afetam diretamente o Brasil. A alta nos rendimentos dos títulos públicos norte-americanos, as Treasuries, estimula o envio de recursos para o mercado dos EUA.   

Com isso, o dólar se fortalece e há menos entrada de investimentos estrangeiros no Brasil. Esse cenário pressiona o real e dificulta a redução da Selic, a taxa básica brasileira, além de aumentar o risco de alta na inflação.

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No mercado global, os reflexos se espalham. A guerra comercial entre EUA e China continua como fonte de preocupação.

Apesar do acordo firmado em maio, que suspendeu algumas tarifas por 90 dias, a possibilidade de retomada das alíquotas em julho gera apreensão. As tarifas chegaram a 145% sobre produtos chineses e até 125% em contrapartida de Pequim.

Donald Trump critica Federal Reserve e pressiona por cortes

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos recuou 0,3% no primeiro trimestre, em taxa anualizada. Analistas previam alta de 0,3%, mas o resultado veio abaixo do esperado por causa do aumento das importações. Empresas anteciparam compras para evitar os custos extras das tarifas impostas pelo governo.

A confiança do consumidor e do empresariado também caiu. Setores como o aéreo relatam dificuldades para planejar investimentos diante da instabilidade das regras comerciais. Economistas alertam para o risco de recessão, enquanto o próprio Fed prevê crescimento modesto do PIB: 1,4% em 2025, abaixo dos 1,7% previstos anteriormente.

O presidente Donald Trump voltou a atacar o comando do Fed e pediu cortes imediatos nos juros. Ele defende a redução da taxa pela metade e chamou Powell de “estúpido”.

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Para o republicano, a política do banco central trava a economia e impede a retomada do crescimento industrial. As críticas ocorrem enquanto o republicano tenta consolidar apoio para uma eventual nova candidatura.

O Fed, em contrapartida, mantém o foco no controle da inflação e no emprego. A instituição reforçou que continuará a monitorar os indicadores e está pronta para agir se surgirem riscos ao cumprimento de suas metas.

A expectativa é de cortes graduais na taxa de juros até 2027, com reduções menores a partir de 2026 e uma inflação voltando ao nível de 2,1% naquele ano.

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