O excesso de produção de arroz nesta safra e a consequente queda na remuneração dos rizicultores levou a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) a divulgar nota nesta quarta-feira (24) com propostas aos produtores e reivindicações aos governos federal e estadual.
“Os estoques de passagem de arroz estão elevados, resultado da safra robusta no Brasil e no Mercosul e de uma demanda interna que não acompanha o ritmo de produção”, alerta o presidente da entidade, Denis Nunes.
Segundo ele, a demasia de cereal no mercado pressiona os preços para baixo a patamares bem inferiores aos custos de produção. “Os produtores estão vendendo com prejuízo, o que compromete a sustentabilidade da atividade. A lógica é clara: quanto maiores os estoques, menores os preços”, ressalta.
Assim, o dirigente aponta a redução de área plantada na safra 2025/26 como prioridade, além do foco nas exportações a países onde o cereal brasileiro é mais valorizado como alternativa para uma remuneração mais justa aos produtores.
“Sem medidas coordenadas, o risco é de desestímulo à produção, o que pode comprometer a segurança alimentar no médio prazo”, projeta.
Além dessas recomendações, a Federarroz propõe a fiscalização, por parte do governo federal, das importações de arroz que não atendam à legislação fitossanitária brasileira.
A entidade ainda pede que o Estado exija que os mercados concorrentes cumpram as mesmas regras trabalhistas e ambientais dos produtores brasileiros, bem como a elevação do preço mínimo condizente com o custo de produção.
Com relação ao governo estadual, a Federarroz reforça o uso da taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) para escoamento de mercado e alterações no regime de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) buscando equalização com outros estados.